Alto número de variedades biofortificadas lançadas é destaque em congresso tradicional de C&T

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A pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos e líder da Rede BioFORT, Marília Nutti, falou nessa sexta-feira (26/09), durante o XXIV Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos, a respeito dos resultados que a biofortificação de alimentos vem alcançando no Brasil. O país já conta com cultivares de mandioca, feijão, milho, batata-doce e feijão caupi lançados oficialmente em território nacional.

Muitos cursos de processamento de alimentos têm sido ministrados pela Embrapa, principalmente no Rio de Janeiro, Piauí e Maranhão, para merendeiras e produtoras rurais. Bolos de milho e biscoitos à base de batata-doce são algumas das receitas ensinadas aos interessados.

Pesquisas em andamento já dão passos importantes para que no futuro seja possível ocorrer o lançamento de culturas biofortificadas de abóbora, trigo e arroz.

A linha de biofortificação trabalhada pela Rede BioFORT tem como objetivo melhorar de modo convencional esses cultivares para que se aumente o teor de micronutrientes de pró-vitamina A, ferro e zinco, contribuindo consideravelmente no combate á fome oculta, que dentre os seus maiores agravantes estão doenças como anemia e cegueira infantil.

O primeiro dia de palestras do congresso trouxe esclarecimentos das diversas áreas de C&T (pesquisa, ensino, indústria e criação de fundações) para o público presente, com apresentações de representantes de instituições como North Dakota State University, Universidade de São Paulo, Universidade Federal de Sergipe, Universidade Federal de Viçosa, Universidade Estadual de Campinas, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Instituto Federal Catarinense, Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Embrapa Agroindústria de Alimentos, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Universidade Federal da Fronteira Sul, Universidad de la República, Instituto de Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal da Paraíba, Universidade Federal do Ceará, Universidade Tiradentes e Embrapa Meio Ambiente.

O Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos é o mais tradicional evento promovido pela Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos (sbCTA). Em sua vigésima quarta edição este ano, o evento foi sediado na cidade de Aracaju, em Sergipe e continuará até o dia 29 de setembro.

Cooperação para transferência de tecnologia é fortalecida em treinamento no Panamá

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Durante o período de 01 a 06 de dezembro, ocorreu no Panamá o treinamento para técnicos de comunicação e extensão envolvidos no projeto AgroNutre, homólogo do BioFORT. Coordenado pelo analista da Embrapa Meio Norte, Marcos Jacob, a atividade permitiu elaborar uma proposta de articulação para os processos de difusão e transferência de tecnologia para o Panamá.

A proposta prevê ações conjuntas entre as diversas instituições presentes, de forma que as tecnologias geradas pela pesquisa cheguem aos pequenos produtores através dos técnicos de assistência (ATERs), além da participação de instituições na compra e na produção de sementes. O papel da comunicação foi considerado transversal e de extrema importância para a qualidade das informações, fortalecimento da rede e visibilidade das ações.

Organizado pelo Instituto de Pesquisa Agropecuária do Panamá e com apoio do HarvestPlus, a ação foi de extrema importância para a pesquisa agropecuária e consequentemente para a sociedade brasileira, uma vez que foram discutidas questões relativas às estratégias de transferência de tecnologia no Brasil e no Panamá, resultando em troca de experiências entre os dois países.

O último dia contou com um dia de campo em uma área de pequenos produtores que cultivam arroz, milho e feijão biofortificados. Muito interessante ressaltar a curiosidade dos mesmos quanto às características da agricultura familiar no Brasil.

A experiência brasileira em transferência de tecnologia tem chamado a atenção de diversos países da América Latina e África. Em agosto desse mesmo ano, um curso sobre avaliação quantitativa do teor de carotenoides em cultivares de mandioca biofortificada foi realizado em Mvuazi, na República Democrática do Congo.

Alimentos biofortificados são produzidos na Borda Oeste do Pantanal

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Toninho, ou Antônio da Rocha, é produtor rural há mais de 30 anos. Dono do sítio Sopé de Morro, localizado no assentamento Tamarineiro 1 – próximo à fronteira com a Bolívia em Corumbá, MS, Toninho trabalha com o programa de merenda escolar do município desde 2011, fornecendo produtos para alguns colégios. Para ter uma produção diferenciada nos próximos anos, o produtor conta que investiu em uma alternativa desenvolvida pela Embrapa: os alimentos biofortificados. “Quero ter um produto melhorado em termos de qualidade nutricional para ter um preço melhor, me estabelecendo dentro do programa e ampliando as escolas que eu posso atender”, diz Toninho.

Do laboratório ao campo

Para incluir esses alimentos na produção do sítio, o produtor Toninho plantou batata doce, milho e duas variedades de feijão biofortificados, Pontal e Cometa, em um campo de multiplicação de sementes este ano. Os feijões foram enviados pela Embrapa Milho e Sorgo, de Minas Gerais, para o Mato Grosso do Sul. Em Corumbá, José Aníbal Comastri Filho, chefe adjunto de transferência de tecnologia da Embrapa Pantanal, e Frederico Lisita, pesquisador da instituição, acompanharam o plantio, desenvolvimento, colheita e armazenamento das sementes. “Nós analisamos a produtividade, suscetibilidade a doenças, adaptação ao clima”, diz Frederico. “Assim, podemos analisar o desenvolvimento das cultivares em diferentes assentamentos da região”.

Apesar de 2014 ter sido um ano com chuvas irregulares, Toninho conta que os pés de feijão cresceram saudáveis e produtivos. “Esse Pontal, por exemplo, me deu uma qualidade de grão excelente em termos de tamanho e robustez”, diz o produtor. Segundo o pesquisador Frederico, “praticamente, não ocorreram doenças aqui. Isso é muito importante porque mostra que as variedades são resistentes e adaptadas à nossa região”. A ideia deu tão certo que Toninho espera repeti-la no ano que vem. “Vamos guardar todas as sementes que colhemos para plantar de novo em 2015. A partir daí, a gente deve fornecê-las aos produtores interessados nas variedades. Também queremos abastecer a rede pública escolar de Corumbá e Ladário com esses alimentos”, conta o produtor.

Transferência de tecnologia

José Heitor Vasconcellos, analista da Embrapa Milho e Sorgo, ressalta o cenário favorável ao plantio dos biofortificados para pessoas como Toninho. “Como os produtores estão com alimentos de melhor qualidade e as prefeituras têm que comprar 30% do material da merenda da agricultura familiar, isso se torna um poder de barganha grande”, afirma. Para que histórias como essa se repitam, o trabalho da Rede Biofort é desenvolvido há cerca de 10 anos no Brasil. Entre os próximos objetivos da Rede estão o desenvolvimento de novas cultivares, o aumento do número de pessoas beneficiadas por esses alimentos e a continuação da transferência de tecnologia para as diversas regiões brasileiras, além de outros países da América Latina e África.

O pesquisador Frederico Lisita fala da importância da iniciativa para os pequenos produtores do Mato Grosso do Sul. “A gente deseja ampliar essa parceria e trazer mais variedades para oferecer opções de plantio aos agricultores locais”, conta. José Heitor completa: “a quantidade de pessoas que têm alimentação com deficiência no mundo é muito grande. A ausência dos micronutrientes provoca anemia, baixa resistência do organismo, problemas de visão. A nossa ideia é levar esses alimentos para ajudar o produtor, as famílias e escolas que não têm condições de ter uma alimentação saudável. Estamos introduzindo esses produtos na mesa do brasileiro para fazer com que esses problemas sejam minimizados”, finaliza Heitor.

Biofortificação de alimentos pode beneficiar mais de um milhão e meio de pessoas com deficiência alimentar no Rio Grande do Sul

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De acordo com o último relatório de segurança alimentar (2004-2009) elaborado pelo IBGE, por intermédio de sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), mais de um milhão e meio de pessoas possuem uma dieta de alimentos insuficiente para compor uma qualidade nutricional adequada, se encaixando assim no quadro de insegurança alimentar leve, segundo a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Dentre as alternativas que, operadas em conjunto, ajudariam no combate à deficiência de nutrientes no organismo, está a biofortificação de alimentos.

No Rio Grande do Sul, a taxa de pobreza extrema é de cerca de 2%, dado também apontado pelo PNAD. Quando analisada em valores absolutos, essa porcentagem reflete um número aproximado de 200 mil pessoas, sendo cerca de 100 mil crianças, que acabariam por também se beneficiar da biofortificação de alimentos. “O objetivo deste trabalho no Rio Grande do Sul é que sejam viabilizados produtos biofortificados adaptados para as condições locais, principalmente de arroz, feijão, abóbora, batata-doce e mandioca, que são produtos que já fazem parte da dieta das comunidades tradicionais, facilitando sua aceitação. Para isto está sendo formada uma rede de validação destas tecnologias, composta por agricultores familiares, quilombolas e indígenas, que testarão os produtos em suas propriedades, acompanhados por técnicos da Embrapa e de organizações parceiras como a Emater-RS”, afirma o analista Apes Perera, da Embrapa Clima Temperado.

No Brasil, a Embrapa é responsável por coordenar os projetos com alimentos biofortificados, administrando um extenso grupo, conhecido como Rede BioFORT, cuja liderança é exercida pela pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Marília Nutti.

A partir da técnica de melhoramento convencional (não ocorrência de transgenia), que consiste no cruzamento de plantas da mesma espécie com o objetivo de selecionar aquela com maior quantidade de vitaminas e minerais, a Embrapa vem procurado avançar no combate a fome oculta não só nos estados mais pobres do país, mas também no Rio Grande do Sul, trabalhando com produtos mais ricos em pró-vitamina A, ferro e zinco.

De acordo com pesquisas, os altos níveis de minerais nas sementes e ramas também contribuem para a nutrição da própria planta, o que têm mantido as expectativas quanto ao aumento da produtividade de linhagens biofortificadas. Esse potencial genético aliado a assistência técnica da Embrapa e de instituições parceiras, acaba por provocar um aumento considerável na produção. Experiências de produtores rurais dos estados do Piauí e do Rio de Janeiro têm mostrado, respectivamente, produções de 25 e 17 toneladas por hectare de cultivares como, por exemplo, a batata-doce biofortificada. A média da cultivar convencional de batata-doce é de 8 toneladas por hectare.

A Rede BioFORT, no Brasil, já lançou cultivares de batata-doce, mandioca, feijão, milho e feijão-caupi. A expectativa é que, no futuro, sejam lançadas cultivares de outros produtos biofortificados, como o trigo.

“O primeiro passo é a determinação das concentrações de ferro e de zinco nas variedades de trigo que estão em cultivo no sul do Brasil, para o estabelecimento de um valor de referência. Isto já está sendo feito. Em seguida, partimos para o trabalho de melhoramento, visando à biofortificação de futuras cultivares com elevados teores de ferro e de zinco, o que pode demorar de 8 até 10 anos. Uma vez alcançadas essas cultivares biofortificadas, elas serão cultivadas para a produção de grãos biofortificados, que poderão diminuir a fome oculta em populações carentes e, também, poderão auxiliar na merenda escolar dessas comunidades”, conclui o pesquisador da Embrapa Trigo, Pedro Scheeren.

Pesquisador da Rede BioFORT participa do I Simpósio Nacional de Combate à Fome Oculta

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A partir de hoje (26/11), tem início o I Simpósio Nacional de Combate à Fome Oculta, na Universidade de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, que contará com o co-líder da Rede BioFORT e pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos, José Luiz Viana de Carvalho, participando da mesa redonda sobre biofortificação de alimentos no segundo dia do evento.

O simpósio tem como objetivos aproximar mais os agricultores familiares da questão envolvendo a segurança nutricional, fomentar discussões para geração de novas ideias e consequentemente novas pesquisas, expor os resultados já alcançados e até atrair novos parceiros para o fortalecimento de mais projetos da área. São esperados estudantes de graduação, pós-graduação e profissionais ligados ao tema.

O encontro acontece em momento oportuno, já que o dia 27 de novembro é encarado como o Dia Nacional de Combate à Fome Oculta.

A realização do evento é uma iniciativa da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e do Instituto de Estudos e Pesquisas em Fortificação de Alimentos e Combate à Fome Oculta (IPAF), com apoio da Fundação Arthur Bernardes (FUNARBE).

Para mais informações, basta acessar a página oficial do simpósio:

http://www.ipaf.ufv.br/?page_id=206

Reportagem de TV Russa sobre Rede BioFORT está disponível na web

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Já está disponível para visualização e download a reportagem gravada na cidade de Magé, no Rio de Janeiro, pela estação de TV estrangeira Russia Today (RT). O link para assistir na íntegra o material em espanhol está disponível abaixo:

http://actualidad.rt.com/video/actualidad/view/147085-latinoamerica-malnutricion-tecnologias

A matéria contou com entrevistas de personagens importantes na contribuição dos avanços da biofortificação no Rio de Janeiro, como o pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Mauro Pinto, e o Secretário Municipal de Agricultura de Magé, Aloísio Sturm, além de agricultores locais que vêm produzindo cultivares melhorados, como o milho BRS 4104.

A Rede BioFORT tem atraído a atenção tanto da mídia nacional quanto internacional, em virtude do seu trabalho inovador e crucial no combate à fome oculta, responsável por assolar bilhões de pessoas ao redor do mundo.

Embrapa utiliza agência de notícias para divulgar seus projetos de biofortificação de alimentos

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Nessa semana, a Agência de Notícias da Embrapa publicou uma reportagem de caráter abrangente sobre as ações de biofortificação no Brasil, contando os últimos avanços, além do reforço na merenda escolar e a produtividade alcançada com cultivares melhorados.

A matéria contou com depoimentos de integrantes da Rede BioFORT, desde produtores à pesquisadores que explicaram as atividades de melhoramento, o combate efetivo à desnutrição e a importância de unidades demonstrativas que possam garantir uma segurança na produção.

Para conferir na íntegra a reportagem, basta acessar o link: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/2246805/plantas-biofortificadas-tem-alta-produtividade-e-fornecem-alimentos-enriquecidos

A Rede BioFORT vem constantemente atualizando os seus canais de comunicação, de modo a manter todos os interessados atualizados sobre os projetos envolvendo alimentos biofortificados, coordenados pela Embrapa.

Uma das ferramentas bastante utilizada para divulgação de informação é o canal no YouTube da Rede BioFORT, que pode ser visualizado a partir do endereço eletrônico: www.youtube.com.br/projetobiofort.

HarvestPlus e músicos de Ruanda promovem videoclipe sobre feijão biofortificado no país

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O programa de pesquisa HarvestPlus, junto com músicos de destaque de Ruanda, vêm promovendo uma melhor conscientização nutricional através de um videoclipe (https://www.youtube.com/watch?v=fo6449Rd3I0) recém-lançado a respeito dos benefícios do feijão biofortificado.

A música exalta a melhoria nutricional fornecida pela cultivar, que é mais rica em ferro. Cerca de 40% das crianças em Ruanda sofrem com deficiência desse nutriente no organismo, levando em muitos casos a provocar diminuição no nível de energia, concentração, capacidade de aprendizagem e resistência a doenças.

Feijões são tradicionalmente alimentos pertencentes à cesta básica do país e consumidos diariamente. Os biofortificados apresentam 15% a mais de ferro do que os convencionais, podendo fornecer a mulheres e crianças praticamente metade da quantidade necessária ao organismo.  Além de Ruanda, eles vêm sendo disponibilizados em outros países da África, como República Democrática do Congo e Uganda.

O segundo atrativo está na produtividade. Uma colheita com cultivares biofortificados de feijão garante muitas vezes o dobro do acostumado a se ter com a produção das cultivares convencionais.

Mais de meio milhão de agricultores ruandeses já estão produzindo essas culturas, que foram primeiramente distribuídas pelo governo em 2011. “Nós tivemos um sucesso tremendo até agora no sentido de distribuir esses feijões, mas queremos alcançar um público muito mais amplo pelo país.” disse Lister Katsvairo, responsável por liderar o escritório do HarvestPlus em Ruanda. “Esses feijões biofortificados estão agora fazendo o seu caminho em direção ao supermercados das áreas urbanas, portanto estamos lançando uma campanha para conscientizar os consumidores. Nós trabalhamos com os melhores músicos de Ruanda, que atendem a todos os gostos musicais, indo do AfroPop, Rap e R&B (Rhythm and Blues). Quem melhor para espalhar esta mensagem de como esse feijão pode melhorar a nutrição e a saúde?”  Conclui Mr. Katsvairo.

A campanha levou os músicos King James, Miss Jojo, Riderman, Tom Close, e Urban Boyz a realizarem uma série de shows ao redor de Ruanda, onde puderam se apresentar para mais de 30 mil pessoas. Durante as apresentações era possível conhecer e até adquirir as sementes biofortificadas de feijão.

“Nós estamos trazendo boas notícias para todos os ruandeses que terão suas vidas mudadas quando começarem a ouvir a canção, porque isso traz conhecimento a respeito dos benefícios de plantar e consumir esses feijões ricos em ferro. Nós esperamos que isso mude a vida de diversas pessoas que moram em Ruanda”. Disse King James, músico de R&B.

“Isso foi uma chance para nós de ensinar as pessoas sobre como se manterem saudáveis consumindo o que é necessário para o organismo. Nós viemos juntos para ter certeza de que estamos dizendo adeus à má nutrição.” Afirma o rapper Riderman.

Ruanda foi o primeiro país na África a oficializar o lançamento dos cultivares de feijão melhorados convencionalmente (sem transgenia). O HarvestPlus tem trabalhado com diferentes parceiros para poder implantar esse tipo de variedade no país. O Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT) contribui para o desenvolvimento de mais variedades de feijões ricos em ferro, que estão também sendo distribuídos para produtores rurais na República Democrática do Congo e em Uganda. Já a produção do videoclipe foi feita em conjunto com o Comitê de Agricultura de Ruanda (RAB, em inglês).

O HarvestPlus possui também uma parceira consolidada no Brasil com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que é responsável por englobar todos os projetos de biofortificação de alimentos no país, juntando-os através da Rede BioFORT, cuja liderança é feita pela pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Marília Nutti. Três variedades de feijões ricos em ferro foram lançadas no país, são elas BRS Pontal, BRS Cometa e BRS Agreste.

*Texto: Vidushi Sinha, Laetitia Umulisa e Raphael Santos

Técnicos e produtores de Coroatá – MA participam de curso sobre sistemas de irrigação por gotejamento

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Na última quinta-feira (06/11) o município de Coroatá, no Maranhão, recebeu um curso que teve como objetivo capacitar técnicos e produtores locais para a montagem de sistemas de irrigação por gotejamento em unidades de produção de culturas biofortificadas. Historicamente, o estado do Maranhão sempre apresentou índices pluviométricos satisfatórios para a produção agrícola, porém a realidade tem mudado na última década com a decorrente redução pluviométrica e distribuição irregular das chuvas, que refletem diretamente na produção da agricultura familiar.

O novo quadro trouxe consequências como a redução alarmante do plantio de espécies que tem maior necessidade de água. O arroz foi a cultivar que sofreu maior desistência em áreas de pequenos produtores, seguida pelo milho, banana e diversos outros cultivos de elevada hidro dependência.

Neste contexto, procurou-se identificar alternativas que viabilizassem a produção em áreas de agricultura familiar, levando a implantar no Maranhão, Unidades de Segurança Produtiva. Essas unidades são baseadas em sistemas de irrigação por gotejamento, e contam com um baixíssimo consumo de água, o que possibilita entre 3 a 5 safras por ano, dependendo da espécie cultivada. O curso prático aproveitou a água de um barreiro, mas é bom lembrar que poderia ter se utilizado outras fontes de água, como poços, lagoas ou rios, desde que verificados as normativas legais ao seu uso (licenças ambientais).

Diante do sucesso do curso, a demanda para novos treinamentos em outros municípios foi imediata. Restam agora buscar alternativas que tornem possível a ampliação do número de produtores com acesso às Unidades de Segurança Produtiva, com kits de irrigação e capacitação de manejo.

Produtor rural promove biofortificação em Itaguaí-RJ

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Mário Grijó é agricultor do município de Itaguaí, no Rio de Janeiro, e entusiasta da Rede BioFORT, planta há mais de um ano e meio cultivares biofortificados de batata-doce, milho, mandioca e feijão-comum. A partir do projeto Aprendendo Uma Profissão e Construindo um Brasil Melhor, ele tem procurado esclarecer produtores da região quanto à biofortificação, assim como realizar a venda dessas variedades melhoradas para a alimentação escolar.

A Prefeitura de Itaguaí mantém parceria com produtores rurais e escolas municipais, envolvendo as Secretarias de Meio Ambiente, Agricultura e Educação, além da Embrapa. A partir de convênio assinado, ficou definido a utilização de um campo experimental, vindo a contar com o apoio técnico da prefeitura e da Embrapa, garantindo a produção e repasse de sementes e ramas para serem comercializadas com escolas da região, prática essa que vai de acordo com o programa político PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar).

A Rede BioFORT utiliza a biofortificação como forma de melhorar convencionalmente alimentos que compõem a cesta básica da população brasileira.  “Algumas pessoas ainda veem com certa desconfiança, achando que é um produto transgênico, quando na verdade não é o caso.” Afirma o agricultor Mário Grijó, que já aguarda as próximas colheitas desses cultivares em sua propriedade.