PALESTRA E RODAS DE CONVERSAS NO 32º ENCONTRO REGIONAL DO MOVIMENTO SEM TERRA – MST EM PERNAMBUCO INCENTIVA A PRODUÇÃO DE BATATA-DOCE BIOFORTIFICADA

Ação teve como objetivo apresentar a variedade de batata-doce biofortificada CIP-BRS-Nuti, sua importância para o fortalecimento da agricultura familiar pernambucana e a superação da insegurança alimentar no estado.

 

Aconteceu entre os dias 23 e 26 de fevereiro, no Centro de Formação Paulo Freire – Assentamento Normandia, em Caruaru, o 32º Encontro Regional do Movimento Sem Terra – Pernambuco. Atendendo ao convite da Direção Estadual do MST, a equipe do Projeto “Nas Ramas da Esperança: implantação do banco de germoplasma e estratégias de superação da pobreza extrema no estado de Pernambuco” participou nos dias 24 e 25 de fevereiro, das atividades de capacitação e fortalecimento da agricultura familiar por meio de palestra, rodas de conversas e dia de campo com a distribuição de mudas de batata-doce biofortificada ‘CIP-BRS-Nuti’, uma nova variedade desenvolvida pela Embrapa Hortaliças em parceria com o Centro Internacional da Batata (CIP), localizado em Lima, Peru.

Estiveram presentes além das lideranças do movimento, mais de mil assentados e acampados de todas as regionais do estado de Pernambuco. Foram realizados diversos momentos formativos, participação em plenárias que visam o fortalecimento da agricultura familiar e outros momentos de apresentação do projeto para lideranças regionais. Também realizamos o cadastramento das regionais interessadas no recebimento das ações do projeto. Os principais temas das rodas de conversas foram relacionados ao plantio, manejo, tempo de colheita, aproveitamento comercial e potencial agroindustrial, além das características de biofortificação presentes na variedade, rica de compostos bioativos benéficos para a saúde, como o betacaroteno.

 Imagens do dia de campo realizado no 32° Encontro Estadual do Movimento Sem Terra - MST Pernambuco.

FAO destaca atuação da Embrapa para o alcance dos ODS

Prêmio 2022 Champion Award foi entregue ao diretor de Gestão Institucional, Tiago Ferreira em Roma
Prêmio 2022 Champion Award foi entregue ao diretor de Gestão Institucional, Tiago Ferreira em Roma

No dia 13 de junho, a Embrapa e seus empregados receberam o reconhecimento da FAO por sua contribuição à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). O Prêmio 2022 Champion Award é considerado o mais alto prêmio corporativo mundial concedido pela FAO, em reconhecimento à contribuição significativa e notável para o avanço dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030. Enquanto a Embrapa recebeu o Champion Award, as outras duas instituições presentes na cerimônia compartilharam o recebimento do Partnership Award.

Acesse o release da FAO sobre a cerimônia em Roma

Confira o álbum de fotografias da cerimônia

O diretor-executivo de Gestão Institucional da Empresa, Tiago Toledo Ferreira, recebeu o prêmio das mãos do diretor-geral da FAO em Roma, QU Dongyu: “é uma honra para a Embrapa ser premiada como Campeã 2021-2022 pela FAO, parceira prestigiosa e de longa data. Estamos unidos nos esforços para acabar com a fome e a pobreza. Agradeço a toda a equipe de profissionais e parceiros da Embrapa por trabalhar arduamente para trazer inovações sustentáveis ​​para a agricultura brasileira e mundial. Este prêmio sinaliza que estamos no caminho certo para cumprir a Agenda 2030”, afirmou em seu discurso de agradecimento.

“A Embrapa é um grande símbolo do compromisso brasileiro com os pilares do desenvolvimento sustentável previstos na Agenda 2030. Há quase meio século, combate a insegurança alimentar usando as armas da ciência e da conservação da biodiversidade”. A afirmação foi feita pelo representante permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), embaixador Fernando Abreu, em Roma, Itália.

Tiago Ferreira explicou ao público presente que a Empresa articula uma rede de 1100 empregados, em seus 43 centros de pesquisa, localizado em todo o território nacional, trabalhando com os 17 ODS. Como um importante resultado desta articulação, a Empresa saltou de 140 tecnologias alinhadas a 81 metas dos 17 ODS, em 2021, para 156 tecnologias alinhadas a 131 metas ODS, em 2022, o que vem contribuindo para o alcance brasileiro dos pilares da Agenda 2030.

“As tecnologias da Embrapa, baseadas em pilares econômicos, sociais e ambientais, foram fundamentais para promover um sistema de produção agrícola que proteja o meio ambiente e alimente o mundo. O Brasil preserva ou protege mais de 66% de seu território e alimenta mais de 800 milhões de pessoas, exportando para mais de 200 países”, destacou o diretor.

“Problemas globais exigem soluções globais e a Embrapa construiu uma forte rede de cooperação internacional para buscar soluções conjuntas para enfrentar desafios como pobreza, fome, descarbonização e agricultura sustentável. Acreditamos na cooperação global”, complementou.

No agradecimento, Tiago Ferreira enfatizou que o trabalho de inscrição ao prêmio foi mérito de um grupo de dez mulheres empregadas de nove centros de pesquisa da Embrapa. “Trabalhamos 24 horas por dia, sete dias da semana, em busca de soluções tecnológicas que contribuam para a redução da fome e da pobreza e das desigualdades, tanto no Brasil, quanto no mundo”.

Para o embaixador Fernando Abreu, é um orgulho para o Brasil contar com uma instituição formada por milhares de cientistas qualificados, que trazem sua expertise para o desenvolvimento de tecnologias que beneficiam não só a sociedade brasileira, mas também grande parte do mundo tropical. “Como consequência desse compromisso, a Embrapa dá uma valiosa contribuição para a oferta e a resiliência do mercado global de alimentos e é participante ativa do programa de cooperação Sul-Sul realizado pelo Brasil”, destacou.

A Embrapa recebeu o prêmio Prêmio 2022 Champion Award. Receberam o prêmio “PartnershipAward” as seguintes organizações: Foudations for Farmining, do Zimbábue; e Wageningen University and Research, da Holanda.

Participaram da cerimônia o diretor Tiago Toledo Ferreira e o coordenador do Labex Europa, Vinícius Guimarães. A cerimônia foi transmitida ao vivo pela FAO internacional e a gravação será disponibilizada em breve.

Contribuições de destaque da Embrapa para a segurança alimentar e nutricional apresentadas para o Prêmio

São exemplos de alinhamento e contribuição para o alcance dos 17 ODS:  o programa de Biofortificação de Alimentos, que já atendeu mais de 46 mil famílias em situação de vulnerabilidade social; o Projeto Bem Diverso, iniciativa conjunta da Embrapa com o PNUD, reconhecido pelas Nações Unidas, em 2020, como boa prática, capacitando mais de 3 mil agroextrativistas, técnicos e pequenos agricultores em tecnologias de manejo, restauração de ecossistemas, comercialização e políticas públicas. Destacam-se também nesta direção o projeto Quintais Orgânicos de Frutas que levou à implantação de 2.476 quintais, em 238 municípios, com 413.845 árvores plantadas, alcançando cerca de 71 mil beneficiários quilombolas, indígenas, agricultores familiares e assentados da reforma agrária.

Outro exemplo é o projeto Sisteminha Embrapa (Sistema Integrado para Produção de Alimentos), implementado em diferentes estados do Brasil e também na África. Outras duas importantes contribuições da Embrapa para a segurança alimentar são as tecnologias aplicadas na Agricultura de Baixo Carbono (ABC) e o Projeto Integrado da Amazônia, executado por 14 centros de pesquisa da Embrapa, atuando na redução do desmatamento e da degradação ambiental, com ações junto a comunidades tradicionais, com recursos do Fundo Amazônia e do BNDES.

Saiba mais:

Embrapa recebe prêmio internacional da FAO por sua contribuição à Agenda 2030

Visite a página da Embrapa com as contribuições para o alcance da Agenda 2030

Conheça o Prêmio 2022 Champion Award

Acesse o site da FAO internacional

Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (SIRE) da Embrapa

 

Difusão da batata-doce biofortificada BRS Amélia é reconhecida em concurso internacional

O trabalho de difusão da batata-doce biofortificada BRS Amélia foi um dos quatro vencedores no “Terceiro concurso de casos exitosos. Inovações de impacto. Lições da agricultura familiar e sua vinculação com a nutrição na América Latina e Caribe.” A ação com a cultivar faz parte da rede de pesquisa e transferência de tecnologia em biofortificação de alimentos coordenada pela Embrapa, a Rede BioFORT. A solenidade de premiação ocorreu na tarde do dia 17 de dezembro, de forma virtual.

A iniciativa “BRS Amélia, un camote contra la malnutrición en el sur de Brasil” foi vencedora na modalidade “Setor público nacional e organizações não-governamentais da América Latina, Caribe e Espanha”, tendo concorrido com outras 51 experiências. Também foi reconhecida na categoria “Setor regional ou internacional”, juntamente com iniciativa de biofortificação realizada na Guatemala.

Como prêmio, a Rede BioFORT receberá recursos que serão convertidos para fortalecimento das ações de melhoramento e transferência de tecnologia. Além disso, o trabalho ganhou espaço em publicação que reúne outros dez casos de destaque e que será distribuída internacionalmente em espanhol e inglês. O documento pode ser baixado neste link.  

Para o coordenador da Rede BioFORT e pesquisador da Embrapa Agroindústrias de Alimentos (Rio de Janeiro, RJ), José Luiz Viana de Carvalho, que participou da solenidade de premiação, o reconhecimento representa 20 anos de um trabalho árduo para levar tecnologias a pequenos agricultores de norte a sul do Brasil.

“Esse prêmio significa muito para toda a Rede BioFORT! É um grande orgulho para mim e creio que para todos os membros do projeto”, disse ao falar do prêmio.

Já durante sua fala no evento, abordou a importância dos trabalhos com biofortificação.

“Temos que fazer alguma coisa para melhorar aquilo que podemos, não só pelos pequenos agricultores, mas por todas as pessoas que têm fome. A fome não espera. E a biofortificação é mais uma ferramenta para se combater este mal que é a fome oculta, a falta de micronutrientes. Estamos trazendo segurança alimentar às pessoas que mais necessitam”, completou.

BRS Amélia

Lançada em 2011 pela Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS), a variedade possui polpa alaranjada e biofortificada com pró-vitamina A. Enquanto outras cultivares tradicionais registram apenas traços de carotenóides, a BRS Amélia contém 4,7 mg por cada 100g de polpa, o que a posiciona como importante ferramenta na luta contra a desnutrição. E, além dos benefícios nutricionais, também apresenta alta produtividade, com rendimento que ultrapassa 32 mil quilos por hectare.

O trabalho de difusão premiado foi realizado pela equipe de Transferência de Tecnologia e de Comunicação da Embrapa Clima Temperado, com apoio de um conjunto de instituições parceiras e de agricultores e indígenas. Os esforços foram responsáveis por aumentar a adoção da variedade em regiões, principalmente no Rio Grande do Sul, onde o consumo da hortaliça já era popular, mas que tinha como destaque as variedades de polpa branca. 

Dados da Embrapa indicam que, de 2011 a 2018, cerca de 375,1 mil mudas da cultivar foram comercializadas por produtores licenciados. Hoje, estima-se que a BRS Amélia cubra 15% da área cultivada no Estado, beneficiando cerca de 5 mil agricultores familiares. Saiba mais sobre a ação neste link (em espanhol). 

O concurso

Organizado pelo Fontagro desde 2012, o Concurso de Casos Exitosos busca documentar exemplos bem sucedidos de inovação na agricultura para melhorar a disponibilidade e qualidade nutricional dos alimentos. Também, busca identificar experiências que tenham potencial para reprodução em outros locais.

Dos quatro casos premiados, três estão ligados a trabalhos com biofortificação de alimentos. Além do caso da BRS Amélia, foram reconhecidos: “Biofortificación enfrenta al hambre oculta en Panamá” e “Plataforma BioFORT: La ruta nutritiva hacia la mesa de guatemaltecos.”

“Estamos no caminho”, afirmou o analista da Embrapa Clima Temperado e coordenador das ações de Transferência de Tecnologia da Rede BioFORT no Rio Grande do Sul e Paraná, Apes Perera.

Ao final do evento de premiação, foi realizado um painel para discutir perspectivas de futuro, que contou com a participação da pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos, atualmente coordenadora do Harvest Plus na América Latina e Caribe, Marilia Nuti. Ela apresentou um histórico sobre a implantação da biofortificação na América Latina e falou sobre a importância de investimento nas pesquisas e atividades.

“Eu diria que o futuro é agora. Portanto, devemos seguir buscando a segurança alimentar com a qualidade nutricional nos alimentos. Os próximos passos são estabelecer alianças privadas e públicas necessárias para chegar às populações de nossa região. Eu acredito que a nossa região precisará implementar sistemas alimentares sustentáveis, considerando o mercado existente, a fim de oferecer mais alimentos nutritivos para a população”, avaliou a pesquisadora.

Fontagro

O Fontagro é uma forma de cooperação entre países da América Latina, Caribe e Espanha, que promove a inovação da agricultura familiar, a competitividade e a segurança alimentar. Foi criada em 1998 com o objetivo de contribuir para o manejo sustentável dos recursos naturais, a melhoria da competitividade e a redução da pobreza, mediante o desenvolvimento de tecnologias e inovações de relevância para a sociedade e seus países membros.

Atualmente, integram a entidade 15 países: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Espanha, Honduras, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. Patrocinam a iniciativa o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura.

BioFORT

Rede BioFORT é o conjunto de projetos responsáveis pela biofortificação de alimentos no Brasil. Ligado ao Harvest Plus, busca diminuir a desnutrição e garantir segurança alimentar e nutricional através do aumento dos teores de ferro, zinco e vitamina A na dieta da população mais carente – três das maiores carências mundiais. No Brasil, a biofortificação consiste na seleção e cruzamento de plantas da mesma espécie, gerando cultivares mais nutritivas, com foco no melhoramento de alimentos básicos, como arroz, feijão, feijão-caupi, mandioca, batata-doce, milho, abóbora e trigo.

Além da Embrapa Agroindústria de Alimentos, onde está a liderança da Rede BioFORT, e da Embrapa Clima Temperado, responsável pelo trabalho com a variedade BRS Amélia, também integram a Rede as Unidades: Alimentos e Territórios (Maceió, AL), Amazônia Oriental (Belém, PA), Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás, GO), Cocais (São Luís, MA), Hortaliças (Brasília, DF), Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), Meio-Norte (Teresina, PI), Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG), Pantanal (Corumbá, MS), Semiárido (Petrolina, PE), Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) e Trigo (Passo Fundo, RS).

Para conhecer as variedades biofortificadas da Rede BioFORT e os produtores licenciados para a comercialização, acesse este link.  

Agricultores do Ceará cultivam o milho biofortificado BRS 4104

O projeto Hora de Plantar, da Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará (SDA-CE), distribuiu seis toneladas de sementes para plantio da cultivar de milho biofortificado BRS 4104, para 600 famílias, em dezembro de 2019. A colheita iniciou em maio de 2020, e os agricultores já serão beneficiados com a qualidade nutricional desta cultivar.

A variedade de milho BRS 4104, desenvolvida pela Embrapa Milho e Sorgo, possui maiores concentrações de carotenoides precursores da vitamina A. Os carotenoides são substâncias presentes nos alimentos que se transformam em vitamina A no corpo humano, a partir de reações químicas. Nessa variedade mais nutritiva, a concentração média de pró-vitamina A é de 2,5 a 3,2 vezes maior do que os valores encontrados no milho comum.

A vitamina A desempenha papéis importantes na saúde humana, como manutenção de uma boa visão, integridade da pele, bom funcionamento dos sistemas imunológico e reprodutor, além de atuar na prevenção do câncer. A deficiência dessa vitamina no organismo, denominada hipovitaminose A, em seu grau mais elevado causa cegueira em milhares de crianças no mundo, afetando também gestantes. “O milho biofortificado auxilia no combate à fome oculta, ou deficiência de micronutrientes no organismo humano, especialmente a hipovitaminose A, problema nutricional ainda de grande incidência em várias partes do globo”, explica Maria Cristina Dias Paes, pesquisadora da Embrapa e doutora em Ciência de Alimentos e Nutrição Humana.

Francisco de Assis Diniz, secretário de Desenvolvimento Agrário do Ceará, festeja a colheita de milho em 2020, no estado: “O Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Agrário, com o programa Hora de Plantar, disponibilizou para os agricultores das cidades de Carnaubal, Crateús e São Benedito  sementes de milho BRS 4104. Este milho é biofortificado. É um reforço nutricional na mesa dos cearenses. O cultivo do milho, com a adaptação ao zoneamento climático nordestino, fez com que nós tivéssemos um resultado excepcional”, afirma o secretário.

Disponibilização de sementes

A Embrapa realizou a primeira apresentação do milho BRS 4104 para a Secretaria de Agricultura do Ceará e para empresas produtoras de sementes da região Nordeste em novembro de 2017. Na ocasião, surgiu a ideia de inserir a cultivar no programa de Governo do Estado “Hora de Plantar”, administrado pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Ceará. O segundo passo ocorreu em junho de 2019, quando foi realizado o Seminário Milho e outras culturas biofortificadas: opções nutritivas e viáveis para o Nordeste”. Além de técnicos da Embrapa Milho e Sorgo e da Secretaria de Inovação e Negócios da Embrapa, participaram do evento representantes da Embrapa Agroindústria Tropical,  Embrapa CocaisEmbrapa Meio Norte e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce).

No seminário realizado em Caucaia-CE foram apresentados os benefícios nutricionais da cultivar BRS 4104. “Além disso, falamos sobre a possibilidade de inserir a cultivar no programa Hora de Plantar e apuramos demandas para os programas de Governo de outros estados da região Nordeste”, diz o engenheiro agrônomo Reginaldo Rezende Coelho, da Secretaria de Negócios e Inovação da Embrapa.

Já em novembro de 2019, foram fornecidas seis toneladas de sementes para o programa Hora de Plantar, por Orlando Tabosa da Silveira, licenciado da Embrapa, quando foram atendidas 600 famílias.

Quatro empresas estão licenciadas, pela Embrapa, para multiplicação de sementes  do milho biofortificado BRS 4104. “São 100 hectares de campos de produção de sementes da cultivar, instalados na safra 2020/2020. A previsão é colher 300 toneladas e a possibilidade é de beneficiar 30 mil famílias”, informa Coelho.

João Berchmans Viana Martins, outro produtor de sementes licenciado, ressalta que o diferencial do milho BRS 4104 é o seu valor nutricional. “Este é o ponto forte desta cultivar. Inicialmente, a quantidade adquirida de sementes de milho foi pequena, pois foram plantados cinco hectares, na safra 2019. Porém, para safra 2020, nós já estamos colhendo o equivalente a 100 hectares de plantio do milho BRS 4104”, relata Berchmans.

Rede BioFort

Rede BioFORT é o conjunto de projetos responsáveis pela biofortificação de alimentos no Brasil. Coordenada pela Embrapa, busca diminuir a desnutrição e garantir maior segurança alimentar e nutricional por meio do aumento dos teores de ferro, zinco e vitamina A na dieta da população mais carente.

No Brasil, a biofortificação consiste no melhoramento genético convencional, ou seja, na seleção e no cruzamento de plantas da mesma espécie, gerando cultivares mais nutritivas. São 15 Unidades da Embrapa e Universidades envolvidas, com foco no melhoramento de alimentos básicos, como abóbora, arroz, feijão, feijão-caupi, mandioca, batata-doce, milho e trigo.

As culturas biofortificadas passam por testes de aceitabilidade, biodisponibilidade e nutrição. “É um trabalho de longo prazo, para conseguir aumentar os teores de nutrientes dos alimentos e, ao mesmo tempo, melhorar o rendimento das culturas na lavoura e aumentar a resistência a doenças e pragas. Este é um projeto que liga a agricultura à saúde”, afirma Marília Regini Nutti, que é engenheira de alimentos especialista em Nutrição e Ciência de Alimentos e pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos.

“Além disso, o nosso papel não é somente lançar as cultivares. A gente acompanha o produtor, para saber o que podemos melhorar. Por isso, este trabalho no Ceará é extremamente importante. Vamos agora coletar mais informações”, complementa Nutti.

Biofortificados contribuem para a segurança alimentar – RSS

Gilmar Ferreira Dutra é um dos agricultores familiares que plantam os alimentos biofortificados desenvolvidos pela Embrapa. São variedades de batata-doce, mandioca, abóbora, trigo, milho e feijão com maior teor de vitamina A, ferro, zinco e carotenoides.

A biofortificação é resultado de um processo de cruzamento de plantas da mesma espécie, gerando variedades mais nutritivas. Não é um alimento transgênico e o próprio agricultor tem a autonomia para reproduzir a semente ou a muda. O milho biofortificado que o Gilmar produz, por exemplo, tem o dobro de provitamina A que o milho convencional.

 

O trabalho é fruto da Rede BioFORT – um conjunto de projetos na área coordenados pela Embrapa, e tem como objetivo garantir a segurança alimentar e melhorar a condição nutricional da população brasileira. As deficiências de ferro e vitaminas são as formas mais comuns de má nutrição com consequências na saúde pública.

Pesquisadores de 15 Unidades da Embrapa em diferentes regiões do Brasil trabalham na Rede BioFORT. No estado do Pará, os biofortificados foram introduzidos em 2018 e já são cultivados por agricultores familiares nas regiões Nordeste e Sudeste Paraense, e ainda na Região Metropolitana de Belém.

 

Ana Laura Lima (MTb 1268/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

Curso EAD – Introdução à Biofortificação

A rede para biofortificação de alimentos no Brasil, o BioFORT, abriu as incrições para o curso gratuito “Introdução à biofortificação”, na modalidade a distância. Em dez módulos e um total de 20 horas, são abordados conceitos sobre o processo de melhoramento de alimentos, história e objetivos da Rede BioFort, dados sobre fome oculta, entre outros. O treinamento é totalmente online e está disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da Embrapa, que coordena os trabalhos da Rede. As inscrições já estão abertas e as vagas são limitadas.

Para se inscrever, acesse este link!

O curso é voltado a empregados da Embrapa, produtores, extensionistas, professores, pesquisadores, estudantes, dirigentes e técnicos de agroindústrias, bem como representantes de órgãos de fomento e formuladores de políticas públicas. Mas, também, é aberto a interessados no tema. O objetivo é promover a integração dos membros e parceiros da Rede para disseminação de conhecimentos técnico-científicos e experiências de produtores com o cultivo de alimentos biofortificados.

Um dos diferenciais está na presença de uma série exclusiva denominada “Narrativas”, com depoimentos de parceiros de várias regiões do Brasil. A ideia é conectar as experiências e formar uma grande rede para intercâmbio e construção do conhecimento. O treinamento ainda apresenta vídeos explicativos, entrevistas com especialistas na área, apostilas de apoio e questionários de validação ao fim de cada módulo – para obtenção de certificado emitido pela Embrapa é necessária nota mínima de 70 no somatório de todos os módulos.

Foram responsáveis pela elaboração do conteúdo de texto e vídeo o jornalista e ex-consultor da Rede, Raphael Santos, e a analista da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro, RS) Camila Stephan Marques da Silva. O material ainda passou pela normalização da biblioteconomista Celma Rivanda Machado de Araújo e revisão do pesquisador André Nepomuceno Dusi. Atualmente, o curso é gerenciado pelo analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Leandro Leão.

O curso não terá tutoria, mas haverá um mediador responsável por acompanhar a evolução da turma, incentivar a utilização do fórum e tirar dúvidas por e-mail, através do endereço: duvidas-biofort@embrapa.br.

Objetivos de Aprendizagem

O conteúdo programático do curso conta com dez módulos, previstos para serem realizados no período de oito semanas. Os objetivos de aprendizagem são:

  • Entender o que é fome oculta e as soluções para combater o problema;
  • Explorar o conceito de biofortificação, excluindo equívocos quanto à transgenia;
  • Entender a relação da biofortificação com fortificação e suplementação;
  • Reconhecer as vantagens da biofortificação e seus benefícios à saúde e à agricultura;
  • Saber o papel da Embrapa na segurança nutricional e a história da Rede BioFORT;
  • Conhecer as cultivares biofortificadas já lançadas e suas características sensoriais;
  • Saber como acessar materiais biofortificados;
  • Identificar as ações envolvendo a biofortificação nos estados;
  • Conhecer os principais benefícios dos alimentos biofortificados aos agricultores;
  • Analisar o cenário nutricional no mundo e as expectativas com a biofortificação.

 

BioFORT

Rede BioFORT é o conjunto de projetos responsáveis pela biofortificação de alimentos no Brasil. Busca diminuir a desnutrição e garantir maior segurança alimentar e nutricional através do aumento dos teores de ferro, zinco e vitamina A na dieta da população mais carente – três das maiores carências mundiais. No Brasil, a biofortificação consiste na seleção e cruzamento de plantas da mesma espécie, gerando cultivares mais nutritivas, com foco no melhoramento de alimentos básicos, como arroz, feijão, feijão-caupi, mandioca, batata-doce, milho, abóbora e trigo.

Rede BioFORT lança curso online sobre biofortificação

 

A rede para biofortificação de alimentos no Brasil, o BioFORT, lança a primeira turma do curso gratuito “Introdução à biofortificação”, na modalidade a distância. Em dez módulos e um total de 20 horas, serão abordados conceitos sobre o processo de melhoramento de alimentos, história e objetivos da Rede BioFort, dados sobre fome oculta, entre outros. O treinamento é totalmente online e está disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da Embrapa, que coordena os trabalhos da Rede. As inscrições ocorrem de 14 a 30 de outubro, para realização do curso de 04 a 29 de novembro.

Para se inscrever, acesse este link!

O curso é voltado a empregados da Embrapa, produtores, extensionistas, professores, pesquisadores, estudantes, dirigentes e técnicos de agroindústrias, bem como representantes de órgãos de fomento e formuladores de políticas públicas. Mas, também, é aberto a interessados no tema. O objetivo é promover a integração dos membros e parceiros da Rede para disseminação de conhecimentos técnico-científicos e experiências de produtores com o cultivo de alimentos biofortificados.

Um dos diferenciais está na presença de uma série exclusiva denominada “Narrativas”, com depoimentos de parceiros de várias regiões do Brasil. A ideia é conectar as experiências e formar uma grande rede para intercâmbio e construção do conhecimento. O treinamento ainda apresenta vídeos explicativos, entrevistas com especialistas na área, apostilas de apoio e questionários de validação ao fim de cada módulo – para obtenção de certificado emitido pela Embrapa é necessária nota mínima de 70 no somatório de todos os módulos.

Foram responsáveis pela elaboração do conteúdo de texto e vídeo o jornalista e ex-consultor da Rede, Raphael Santos, e a analista da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro, RS) Camila Stephan Marques da Silva. O material ainda passou pela normalização da biblioteconomista Celma Rivanda Machado de Araújo e revisão do pesquisador André Nepomuceno Dusi. Atualmente, o curso é gerenciado pelo analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Leandro Leão.

O curso não terá tutoria, mas haverá um mediador responsável por acompanhar a evolução da turma, incentivar a utilização do fórum e tirar dúvidas por e-mail, através do endereço: duvidas-biofort@embrapa.br.

Objetivos de Aprendizagem

O conteúdo programático do curso conta com dez módulos, previstos para serem realizados no período de oito semanas. Os objetivos de aprendizagem são:

  • Entender o que é fome oculta e as soluções para combater o problema;
  • Explorar o conceito de biofortificação, excluindo equívocos quanto à transgenia;
  • Entender a relação da biofortificação com fortificação e suplementação;
  • Reconhecer as vantagens da biofortificação e seus benefícios à saúde e à agricultura;
  • Saber o papel da Embrapa na segurança nutricional e a história da Rede BioFORT;
  • Conhecer as cultivares biofortificadas já lançadas e suas características sensoriais;
  • Saber como acessar materiais biofortificados;
  • Identificar as ações envolvendo a biofortificação nos estados;
  • Conhecer os principais benefícios dos alimentos biofortificados aos agricultores;
  • Analisar o cenário nutricional no mundo e as expectativas com a biofortificação.

BioFORT

A Rede BioFORT é o conjunto de projetos responsáveis pela biofortificação de alimentos no Brasil. Busca diminuir a desnutrição e garantir maior segurança alimentar e nutricional através do aumento dos teores de ferro, zinco e vitamina A na dieta da população mais carente – três das maiores carências mundiais. No Brasil, a biofortificação consiste na seleção e cruzamento de plantas da mesma espécie, gerando cultivares mais nutritivas, com foco no melhoramento de alimentos básicos, como arroz, feijão, feijão-caupi, mandioca, batata-doce, milho, abóbora e trigo.

Francisco Lima (13696 DRT/RS)
Embrapa Clima Temperado

Contatos para a imprensa
clima-temperado.imprensa@embrapa.br
Telefone: (53) 3275.8206

Quilombolas conhecem lavoura de orgânicos e biofortificados em SE

Um grupo de agricultores e agricultoras familiares e marisqueiras da comunidade quilombola da Mussuca, em Laranjeiras, na Grande Aracaju (SE), visitou, na quarta (21), a propriedade do agricultor familiar José Adelson Fonseca, em Campo do Brito, no Agreste Central Sergipano.

O objetivo da visita foi compartilhar práticas e saberes sobre produção de alimentos saudáveis e o uso de cultivares biofortificadas em seus sistemas de produção de base ecológica.

Fonseca é parceiro da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) na execução de pesquisas para o desenvolvimento de sistemas de produção de hortaliças orgânicas. Os experimentos instalados na sua propriedade têm sido utilizados como ambiente de aprendizagem para agricultores e agricultoras familiares com interesse em práticas sustentáveis para produção de alimentos.

Na oportunidade, o agricultor, acompanhado pela pesquisadora Maria Urbana Nunes e agentes de Transferência de Tecnologia da Embrapa, dialogou com os visitantes sobre o uso de métodos ecológicos para controle de pragas e doenças, uso de biomanta de casca de coco para controle de plantas daninhas, adubação orgânica, diversificação de culturas, cultivo da batata-doce biofortificada (com mais altos teores de nutrientes) e a importância de uma alimentação sem resíduos químicos.

“Mais de 95% dos alimentos que minha família consome vêm do meu sítio. Eu me preocupo com a qualidade dos produtos que consumo na minha casa e dos que levo para a feira”, disse José Adelson.

A analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Sonise Medeiros, líder das ações da Rede de Biofortificação de Alimentos (Rede BioFORT) em Sergipe, Alagoas e Pernambuco, destaca que é de suma importância associar os princípios de segurança alimentar e nutricional a práticas de cultivo e manejo que garantam a saúde do trabalhador, dos consumidores e à conservação do meio ambiente.

Sandra Sena, Secretária de Igualdade Racial do Município de Laranjeiras e coordenadora da Comissão Estadual dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em Sergipe, destacou o vínculo do evento com a agenda da ONU. “Ao compartilhar estratégias para assegurar a biodiversidade e o bem-estar humano, estamos direcionando o Brasil no caminho para o cumprimento dos ODS da ONU”, frisou.

Para a mobilização dos agricultores, o evento também contou com o apoio da Associação de Agricultores e Avicultores da Mussuca.

Agenda 2030
A Agenda 2030, coordenada pela ONU, é um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade, que indica 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que se desdobram em 169 metas, para erradicar a pobreza e promover vida digna para todos, dentro dos limites globais.

Os 17 ODS foram estabelecidos pela ONU em 2015 e compõem uma agenda mundial para a construção e implementação de políticas públicas que visam guiar a humanidade até 2030.

A pesquisa agropecuária nacional é forte aliada do Brasil e do Planeta no alcance das metas da Agenda 2030. Ao gerar conhecimentos e ativos tecnológicos para a sustentabilidade da agropecuária brasileira, a Embrapa vinculou sua atuação, direta ou indiretamente, a todos os 17 ODS.

Acesse aqui a página temática sobre a atuação da Embrapa em vinculação com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Nela, é possível compreender melhor como o trabalho da Embrapa se vincula a cada um dos 17 ODS. O espaço digital mostra, também, que a produção de alimentos alinhada à geração de inovação sustentável no campo contribui para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, para a redução do preço da cesta básica e para a exportação de produtos brasileiros, o que movimenta a economia e traz recursos para o País.

BioFORT
A Rede BioFORT é o conjunto de projetos responsáveis pela biofortificação de alimentos no Brasil. Coordenada pela Embrapa, busca diminuir a desnutrição e garantir maior segurança alimentar e nutricional através do aumento dos teores de ferro, zinco e vitamina A na dieta da população mais carente.

No Brasil, a biofortificação consiste no melhoramento genético convencional, ou seja, na seleção e cruzamento de plantas da mesma espécie, gerando cultivares mais nutritivos. São 15 Unidades da Embrapa envolvidas, com foco no melhoramento de alimentos básicos, como arroz, feijão, feijão-caupi, mandioca, batata-doce, milho, abóbora e trigo.

O projeto ainda tem como ações o desenvolvimento de produtos agroindustriais a partir de matérias-primas biofortificadas e a formatação de novas embalagens capazes de conservar os micronutrientes por mais tempo.

Os programa brasileiro de biofortificação tem o suporte do programa HarvestPlus, um consórcio de pesquisa que atua na América Latina, África e Ásia com recursos financeiros da Fundação Bill e Melinda Gates, Banco Mundial e agências internacionais de desenvolvimento.

Confira neste link onde encontrar os materiais biofortificados desenvolvidos pela Embrapa.

Saulo Coelho (MTb/SE 1065)
Embrapa Tabuleiros Costeiros

Contatos para a imprensa

Telefone: 79 4009-1381

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Novo milho branco mais nutritivo chega à zona cafeeira colombiana

Pereira, Colombia. 22 de agosto, 2019.

 

Melhorar a nutrição dos colombianos é o objetivo do SGBIOH2, primeiro híbrido de milho branco biofortificado para a Colômbia, produto do esforço entre a iniciativa mundial Harvest Plus e o Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (CIMMYT), com apoio da Federação Nacional de Cafeeiros (FNC) e Semillas Guerrero Asociados (SGA Semillas), em colaboração com programas nacionais de pesquisa. O material foi lançado hoje (22), na Estação Experimental La Catalina, em Pereira, Risaralda, com a participação de cerca de duzentos cafeicultores provenientes de departamentos do eixo cafeeiro.

Este novo híbrido de milho branco biofortificado aproveita a diversidade do branco de germoplasma do CIMMYT, no México; o trabalho do Harvest Plus e seus sócios na Colômbia dedicados a desenvolver cultivos biofortificados, que são melhorados de maneira convencional através de cruzamento, avaliação e seleção no campo, para conquistar variedades mais nutritivas e competitivas. “SGBIOH2 possuí altos teores de zinco, 28% mais que os milhos tradicionais, e conta com um potencial de rendimento superior a 10 t/há na zona cafeeira colombiana, é tolerante a doenças como a mancha cinza e apresenta grão cristalino (duro) demandado pela indústria nacional”, enfatiza Luis Narro, consultor científico do CIMMYT, na Colômbia.

Este primeiro híbrido de milho branco biofortificado é parte do plano de trabalho mundial do HarvestPlus, iniciativa global dedicada a melhora a nutrição e a saúde pública com o desenvolvimento de cultivos biofortificados, com presença na América Latina e Caribe desde 2012. De acordo com Marilia Nutti, diretora regional do Harvest Plus para a América Latina e Caribe: “arepas elaboradas com este novo híbrido podem ser consideradas como boa fonte de zinco, pois o consumo diário de uma arepa de milho biofortificado aportaría até duas vezes mais zinco do que as que são elaboradas com um milho comercial. Convido-os a conhecer mais sobre todos os cultivos biofortificados na Coômbia visitando www.biofortificados.com.”

Estas quantidades contribuem a combater a fome oculta – condição caracterizada pela deficiência de vitaminas e minerais essenciais em um corpo aparentemente normal ou com sobrepeso –, que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) afeta mais de dois milhões de pessoas, causando efeitos graves na saúde e chegando a ocasionar em muitos casos a morte. Ou seja, hoje em dia as pessoas consomem alimentos que satisfazem a fome, mas que não fornecem os micronutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo em diferentes fases da vida, especialmente naquelas que exigem maior contribuição nutricional, como a gravidez, aleitamento, primeira infância, idade escolar e adolescência.

Na Colômbia, uma análise do Instituto Nacional de Saúde (INS) nas mais recentes Pesquisas Nacionais de Situação Nutricional (ENSIN 2010 e 2015) revelou que pelo menos uma em cada quatro crianças apresenta esse tipo de desnutrição, com componentes que variam devido à deficiência de ferro (anemia), em 24,7%; de vitamina A, 27,3%; e de zinco, 36%, em crianças de 6 meses a 5 anos.

Transformar essa realidade é o segundo dos cinco motores de mudança identificados no milho para a Colômbia (MpCo), um plano estratégico que foi apresentado no último dia 15 de julho na Agroexpo 2019. Esse mecanismo de segurança nutricional busca alcançar um consumo humano nacional de 50% de milho branco biofortificado com alto teor de zinco até 2030. Para alcançar é prioritária  uma aliança entre os setores público e privado e a sociedade civil, para aumentar a demanda por milho nutritivo e produtivo na Colômbia.

Daí a importância da reunião de trabalho para cerca de 30 representantes de entidades e organizações comprometidas com a nutrição dos colombianos e interessados ​​em lançar. “Milho para a Colômbia, um plano tático construído para sair da preocupação em por as mãos a obra, garantir em equipes que, na Colômbia, os produtores de milho possam aumentar sua renda e os consumidores desfrutem de alimentos saudáveis ​​e nutritivos ”, disse Bram Govaerts, Diretor Global de Desenvolvimento Estratégico e Representante Regional do CIMMYT para as Américas.

Um novo milho branco amigo dos cafeeiros

Na Colômbia, mais de 540 mil famílias se dedicam à produção de café e contribir para sua sustentabilidade económica é parte das principais missões da Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC).

É assim para Hernando Duque, Gerente Técnico da FNC: “ter esse híbrido é de especial importância para os cafeicultores, pois além de se adaptar à zona cafeeira colombiana, entre mil e 1,6 mil metros de altitude, apresenta um alto potencial de rendimento de até 10 toneladas por hectare, é resistente a doenças como a cercóspora e, mais importante: é uma oportunidade real de gerar maior renda para os cafeicultores. Até duas safras de milho podem ser produzidas antes da primeira colheita de café, nos lotes renovados por plantio ou zoca convencional. Além disso, é muito importante lembrar que eles são duas culturas independentes em seu manejo”.

Levar essa semente às mãos dos cafeicultores é um trabalho que será realizado em equipe com a empresa colombiana Semillas Guerrero Asociados (SGA Semillas), que venderá sacos de 60 mil, 6 mil e 3 mil sementes.

Em 2006, o híbrido de milho branco FNC3056 foi lançado como resultado do acordo entre a FNC, o CIMMYT e a Federação Nacional dos Produtores de Cereais e Legumes (Fenalce). Uma amostra inicial das possibilidades da aliança entre milho e café.

 

Mais informações:

  • Sandra Marín
    Coordinador Divulgación y Transferencia-Divulgación

Centro Nacional de Investigaciones de Café-Cenicafé
Sandra.Marin@cafedecolombia.com

  • Cristián Zapata
    Analista de Comunicaciones I Latinoamérica y el Caribe
    zapata@cgiar.org
  • Bram Govaerts
    Director Global de Desarrollo Estratégico y Representante Regional del CIMMYT para las Américas
    govaerts@cgiar.org

 

Cientistas obtêm primeiro feijão-de-corda com múltiplas vagens


Foto: Maurisrael Rocha

Após cruzamentos de dezenas de linhagens de feijão-de-corda, pesquisadores da Embrapa Meio-Norte (PI) obtiveram uma planta com várias vagens por pedúnculo, o que permitiu comprovar o potencial de multiplicar a produtividade da leguminosa. A previsão de lançamento das primeiras cultivares é 2022. Os cientistas trabalham agora no desenvolvimento de uma planta com ciclo precoce e capaz de produzir pelo menos três vezes mais que as variedades encontradas no mercado.

O feijão-de-corda (Vigna unguiculata), também conhecido como feijão-caupi e macassar, possui inflorescência simples, com apenas uma vagem por pedúnculo. O objetivo dos pesquisadores com o melhoramento genético é obter uma planta com múltiplas vagens, ou de inflorescência composta, característica de leguminosas de alta produtividade como soja, feijão comum e grão-de-bico, que possuem de quatro a oito vagens por pedúnculo.

O estudo abre caminho para uma revolução no cultivo do feijão-de-corda e está na fase final de seleção de linhagens para que sejam conferidas a produtividade e adaptabilidade delas em diferentes regiões do País. A ideia dos cientistas é reduzir agora o comprimento do pedúnculo da planta, dando mais fôlego para ela desenvolver vagens, grãos e apresentar bom porte.

“Esperamos triplicar a produção com essa nova tecnologia”, acredita o pesquisador da Embrapa Meio-Norte (PI) Maurisrael Rocha, informando que uma das oito metas de inovação tecnológica do Centro de Pesquisa até 2030 é contribuir para um aumento de 50% nas exportações da leguminosa.

Potencial de produtividade comprovado

O trabalho avançou com a avaliação das linhagens resultantes do segundo ciclo de cruzamentos, em um experimento com as cultivares comerciais BRS GuaribaBRS CauaméBRS Novaera e BRS Tumucumaque. No segundo estudo, durante dois anos, as plantas descendentes dos cruzamentos foram avaliadas novamente com as mesmas cultivares e a Bico de Ouro. Esta, uma cultivar sem identidade genética adotada pelos agricultores de Mato Grosso. Foi nesse último ensaio que ficou comprovado que a inflorescência composta aumenta o potencial de produtividade no feijão-de-corda.

Rocha, que conduz a pesquisa no Piauí, conta que até agora a equipe selecionou 60 linhagens. “Foram 11 anos de pesquisas, coordenadas pelo cientista Francisco Freire Filho, até atingirmos essa fase de linhagens”, lembra Rocha. Na fase intermediária, este ano, ocorre a instalação de experimentos em três ambientes. O Mato Grosso, que lidera a produção de feijão-caupi no País, abrigará um deles.

Em seguida, segundo o protocolo científico, as pesquisas se darão em vários estados com Valor de Cultivo e Uso (VCU), padrão de ensaio exigido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

“Ganha a ciência e lucra o produtor. Os frutos dessa pesquisa trarão melhores resultados em menor tempo, com acréscimo de lucratividade”, analisa o pesquisador Antônio Félix da Costa, do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), em Recife. Ele acredita que o resultado vai contribuir para o aumento da área plantada e da produção, provocando o aumento das exportações brasileiras de feijão-de-corda.

O pesquisador Aloisio Alcântara Vilarinho, da Embrapa Roraima (RR), que atua na rede nacional de melhoramento genético do produto, também vê perspectiva de sucesso. “Enxergo um grande potencial nessa tecnologia e ganhos produtivos substanciais”, prevê.

No entender do cientista, com a nova tecnologia o País terá impactos positivos na produtividade média nacional, que hoje é em torno de 400 quilos por hectares, e tida como muito baixa para o potencial da cultura. “Se isso realmente ocorrer, teremos reflexos positivos também no custo de produção, que reduzirá com o aumento da produtividade”, prevê. Vilarinho aposta ainda nos ganhos com as exportações, já que o produto chegará ao mercado internacional com preços mais competitivos.

Cultivar abriu exportação para Índia e Israel

Ao longo de 31 anos, o Programa Nacional de Melhoramento Genético do Feijão-Caupi, conduzido pela Embrapa Meio-Norte, vem dando seguidos saltos de inovação tecnológica. O marco da grande produção que levou o Mato Grosso a ser o maior exportador foi a cultivar BRS Guariba, que abriu mercados como os da Índia e de Israel. As cultivares BRS Novaera e BRS Tumucumaque têm conseguido fortalecer o braço exportador brasileiro de feijão.

As cultivares desenvolvidas pela Embrapa com grande performance produtiva, em regime de sequeiro, são: BRS Itaim (produtividade média: 1.500 kg/ha – Cerrado e Amazônia), BRS Guariba (produtividade média: 1.300 kg/ha – Cerrado, Amazônia e Caatinga), BRS Imponente (produtividade média: 1.250 kg/ha – Cerrado e Amazônia), e BRS Tumucumaque (produtividade média: 1.100 kg/ha – Cerrado, Amazônia e Caatinga).

Feijão-de-corda (caupi) BRS Xiquexique, desenvolvido por pesquisadores da Embrapa. Foto: Magda Cruciol

Tecnologia contra a subnutrição

O programa, segundo Rocha, tem conseguido também grandes avanços na qualidade nutricional dos grãos, o que resultou no desenvolvimento de cultivares com altos teores de proteínas, ferro e zinco. As cultivares BRS Aracê, BRS Tumucumaque e BRS Xiquexique, vitrines do Projeto BioFort, têm grande aceitação pelos agricultores familiares do Piauí e Maranhão, estados com históricos de subnutrição. Hoje, pelo menos 6.500 famílias cultivam essas variedades na região meio-norte.

O governo do Maranhão, por meio do Programa Mais Produção, tem priorizado as variedades biofortificadas e alcança hoje 1.280 famílias. Segundo o pesquisador, desde 2017, a adoção da cultivar BRS Aracê vem incrementando a produtividade e a renda dos agricultores, gerando impactos econômicos, sociais e ambientais positivos.

A concentração de esforços da equipe de pesquisadores está hoje avançando na melhoria da qualidade culinária dos grãos, principalmente no tempo de cozimento. “É importante que os grãos levem menos tempo para ficar no ponto de consumo, porque assim o custo de preparo é menor também”, diz Rocha.

 

Fernando Sinimbu (654 MTb/PI)
Embrapa Meio-Norte

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