BioFORT realiza ações com biofortificação no Haiti

 

A Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro, RJ) coordena atividades de biofortificação na América Latina e Caribe desde 2012 e, junto ao HarvestPlus-CIAT, realiza ações no Haiti, introduzindo variedades de mandioca e batata-doce com maiores níveis de pró-vitamina A. O objetivo do projeto no Haiti, iniciado em 2016 e concluído em 2018, foi aumentar a capacidade do país em melhoramento convencional de mandioca e batata-doce, assim como estabelecer capacidade de análise de carotenóides com uso de espectrofotômetro, assim como pelos métodos iCheck e NIRS portátil.

Em setembro de 2017, o furacão Irma atingiu o país, dificultando a comunicação entre parceiros e ocasionando perdas de material. Já no segundo semestre de 2018, a crise política no Haiti inviabilizou a realização dos workshops planejados.

 

Apesar das dificuldades, foram conduzidos treinamentos e desenvolvidos manuais de produção de mudas em condições de segurança fitossanitária em espanhol, francês, inglês e português. Também foram conduzidos treinamentos em análise de carotenóides e feita a recomendação teórica para a implementação de sistema de monitoramento e avaliação de modo a garantir o controle de qualidade das análises realizadas. Adicionalmente, a casa de vegetação de Les Cayes foi recuperada com o auxílio de fundos do MarketPlace.

Embrapa, FAO, CIAT e outras instituições discutem os próximos passos para a biofortificação na América Latina e Caribe


Mais DSC_0272-2de 70 representantes de instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Centro Internacional para Agricultura Tropical (CIAT), a Fundação Semilla Nueva, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o Instituto Internacional de Pesquisa sobre Políticas de Alimentação (IFPRI, em inglês), o Instituto de Ciências e Tecnologias Agrícolas (ICTA), dentre outras mais, se encontraram nos dias 3 e 4 de abril na cidade de San José, na Costa Rica, para a II Reunião Anual do Programa de Pesquisa HarvestPlus na América Latina e Caribe (LAC, em inglês). O objetivo foi compartilhar entre os responsáveis por atuarem na região, as experiências, problemas, soluções e resultados envolvendo as cultivares biofortificadas no decorrer do ano de 2015 e discutir as atividades e os planos para os próximos anos.
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Embrapa, MDA, MDS e Consea discutem o programa de biofortificação brasileiro

Reunião - Abertura para Perguntas

No dia 15 de março, foi realizado no auditório da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em sua sede em Brasília, um encontro com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), diante da necessidade de um fortalecimento do diálogo com essas instituições no que tange aos projetos de biofortificação no Brasil. Procurou-se esclarecer questões sobre melhoramento convencional, multiplicação de sementes, avaliações nutricionais e preferências de consumo.

“Como eu venho da área de antropologia, meu interesse maior é na dimensão cultural. Além de termos que assegurar uma alimentação diversificada que atenda as necessidades nutricionais, nós temos que assegurar o direito ao gosto, temos que nos perguntar o que dizem as crianças, as pessoas que consomem de modo geral.”

Ressalta a presidente do Consea, Maria Emília Pacheco.

O programa de biofortificação brasileiro é configurado a partir de um grupo de projetos denominados, em conjunto, como Rede BioFORT, cujo principal objetivo é fortalecer a segurança nutricional em regiões e comunidades mais necessitadas pelo país. Por meio de melhoramento convencional, cultivares de arroz, feijão, batata-doce, mandioca, milho, feijão-caupi, abóbora e trigo são selecionados e cruzados, sem a adesão de técnicas transgênicas, para a geração de variedades contendo maiores teores de pró-vitamina A, ferro e zinco, combatendo assim a deficiência de micronutrientes no organismo humano, a popular fome oculta, que dentre as doenças provocadas, estão a anemia e a cegueira noturna.

Reunião - Apresentação de Dra. Marília Nutti Ao final de 2012, com o início das atividades de transferência de tecnologia de biofortificados no Brasil, foi possível começar a desenvolver uma aproximação com os potenciais consumidores desses alimentos. Foram alcançados resultados nas regiões nordeste, sudeste e sul do Brasil, onde a coordenadora da Rede BioFORT na América Latina e Caribe, e também pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Marília Nutti, destaca a implantação de 120 Unidades Demonstrativas, cujo material coletado é destinado às famílias de produtores rurais dos municípios conveniados e à merenda escolar.

Em 2015, alguns estudos de consumo desses alimentos puderam ser concluídos e, assim, mostrar com maior clareza o nível de aceitação em crianças, jovens e agricultores familiares. A cidade de Itaguaí, no estado do Rio de Janeiro, foi alvo de uma pesquisa com 327 alunos de idades entre 4 e 12 anos, regularmente matriculados em três escolas municipais, onde responderam questionários para uma de avaliação de aceitação com variedades biofortificadas e convencionais inseridas na alimentação escolar. Constatou-se que a população do estudo foi predominantemente das classes D-E, residentes em zona rural, sendo a dieta habitual marcada pela presença de alimentos básicos, sendo assim, foram utilizadas na pesquisa em questão, cultivares biofortificadas de mandioca, batata-doce, milho e feijão.

As variedades biofortificadas foram tão aceitas quanto as convencionais, levando o estudo a concluir que a biofortificação constitui uma alternativa viável para a alimentação escolar de Itaguaí. Outro estudo concluído no mesmo ano, feito em seis municípios do estado do Piauí, tomou como base entrevistas realizadas com 50 famílias de comunidades rurais, em que se optou por avaliar a receptividade do feijão-caupi biofortificado, BRS Aracê (feijão verde). Mais de 90% dos entrevistados afirmaram terem gostado da cor, do sabor e das propriedades culinárias, e que voltariam a plantar o feijão caupi. Em relação às características agronômicas, as diferenças de cultivo entre o BRS Aracê e outras cultivares de feijão foram consideradas mínimas pelas famílias que fizeram parte do estudo. Alguns produtores destacaram que a variedade necessitava de uma quantidade menor de água.

“O BioFORT é mais um projeto dentro de uma constelação, hoje extremamente diferenciada na Embrapa. Nossa ideia é que possamos disponibilizar esse material para a sociedade, e não nos apropriarmos dele para fins exclusivos de negócios, pois são materiais identificados dentro da nossa biodiversidade, com muitos, inclusive, já encontrados dentro do nosso banco de germoplasma.”

Analisa o diretor executivo de transferência de tecnologia da Embrapa, Waldyr Stumpf Junior.

Experiências no sul do país vêm comprovando, ainda, uma forte adesão de agricultores agroecológicos.

“No Rio Grande do Sul, temos dialogado e trabalhado com comunidades indígenas e camponesas. Nessas realidades a biofortificação vem crescendo sem prejuízo a diversidade cultural e biológica mantida pelos agricultores. Outros cuidados referem-se às práticas agroecológicas, a inclusão social e produtiva, além da questão de gênero e de geração.”

Conclui o analista da Embrapa Clima Temperado, Alberi Noronha.

A expectativa é que outros encontros entre essas instituições federais aconteçam na forma de seminários, workshops e até dias de campo, como forma de ampliar a discussão do avanço da segurança alimentar na sociedade brasileira.

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HarvestPlus apresenta workshop sobre alimentos biofortificados em El Salvador

Workshop

Representantes do programa de pesquisas HarvestPlus, estiveram presentes na última semana no Centro Nacional de Tecnologia Agropecuária e Florestal “Enrique Álvarez Córdova” (CENTA), onde apresentaram trabalhos e avanços da pesquisa com biofortificados em El Salvador. A abertura do evento foi feita pelo diretor do CENTA, Rafael Alemán; o gerente de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, Manoel Osorio; além do fitomelhorista de milho do CENTA, Héctor Deras, que enfatizou ser essa a primeira oficina de trabalho no país da América Central, capaz de reunir universidades, órgãos nacionais, internacionais, não-governamentais e outros mais. Todos com direcionamento de trabalho voltado para a segurança alimentar e nutricional de El Salvador.

Nos avanços apresentados por especialistas do “Programas de Grãos Básicos do CENTA”, destacou-se a variedade de feijão, “Ferromás”, de semente roxa, com alto potencial de rendimento, tolerante as principais pragas e doenças, superando as sementes crioulas em conteúdo de ferro e zinco. Os especialistas do Laboratório de Tecnologia de Alimentos do CENTA, chamaram atenção para o já iniciado desenvolvimento de produtos à base de farinha de feijão “Ferromás”, tais como biscoitos, nachos, cremes e tortas.

Os especialistas falaram também a respeito das sementes de milho, inclusive, das três variedades de grão branco pesquisadas pela instituição agropecuária. São elas “Platino”, “Oro Blanco” e “Protemás”, todos com alta quantidade proteica, representando assim uma alternativa como fonte de proteína de baixo custo para ajudar na resolução dos problemas de desnutrição. A partir dos milhos “Protemás” foram elaborados produtos como biscoitos, bebidas biofortificadas, tortas, pães, todos degustados por crianças em idade escolar e capacitadas pelo projeto “Produção, procedimento e consumo de alimentos biofortificados e com alto teor nutricional em Centros Escolares de El Salvador (PACSES)”

Os discursos não deixaram de lado o milho amarelo do CENTA, nomeado de “Dorado”, variedade de polinização livre de alta qualidade proteica, utilizada para forragem e cultivada em diferentes classes de solo e zonas do país, sendo assim uma rica fonte em betacaroteno e aminoácidos essenciais (Lisina e Triptofano), tanto para alimentação humana quanto animal (espécies pequenas).

Representantes do governo federal salvadorenho deixaram claro que, por meio do CENTA, haverá continuidade nas ações de fortalecimento da agricultura e comprometimento com a segurança alimentar nacional.

Mais sobre o HarvestPlus

O HarvestPlus conduz um esforço global para a melhoria da nutrição vitamínica e mineral, assim como da saúde pública, através do cultivo e da disseminação de culturas de alimentos da dieta básica ricos em vitaminas e minerais. O trabalho é realizado com diversos parceiros em mais de 40 países. O HarvestPlus faz parte do Programa de Pesquisa em Agricultura para a Nutrição e Saúde do CGIAR (A4NH). O CGIAR é uma parceria global de pesquisa em agricultura para um futuro alimentar seguro. As suas atividades científicas são realizadas pelos seus 15 centros de pesquisa, em colaboração com centenas de organizações parceiras. O programa HarvestPlus é coordenado por duas dessas organizações: o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT) e o Instituto Internacional de Pesquisa em Política Alimentar (IFPRI).

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Biofortificação vira política de governo no Maranhão

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Na última semana, durante a 2ª edição da Feira da Agricultura Familiar e Agrotecnologia do Maranhão (Agritec), o Secretário de Agricultura Familiar do estado, Adelmo Soares, discursou sobre os incentivos garantidos aos pequenos produtores para estimular a produção agrícola, principalmente na Região dos Cocais, território esse composto por 17 municípios, com uma população total de cerca de 750 mil habitantes, dos quais 30% vivem em áreas rurais (11.739 famílias assentadas), segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Inseridos nesse cenário, estão os cultivares biofortificados desenvolvidos pela Embrapa, que vêm sendo cada vez mais procurados pela população de agricultores familiares por possuírem maiores teores de ferro, zinco e pró-vitamina A obtidos a partir de cruzamento convencional, além de maior capacidade produtiva. Continue lendo

Governo do Maranhão dá sinal verde para ampliação da biofortificação no estado

Foto por Raphael Santos - Reunião - Cópia

Na última quinta-feira (06/11), o Secretário de Agricultura Familiar do estado do Maranhão, Adelmo Soares, se reuniu com os líderes da Rede BioFORT, Marília Nutti e José Luiz Viana de Carvalho, além do chefe de P&D da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Esdras Sundfeld. Durante o encontro, ambas as partes se mostraram entusiasmadas com o futuro do trabalho envolvendo cultivos biofortificados no Maranhão. Dentre as metas estabelecidas estão o atendimento da demanda por essas cultivares, garantia de compra de sementes, acompanhamento técnico, iniciar os campos de multiplicação, avaliação de participação junto com comunidades quilombolas e organização de um evento de apresentação da biofortificação à população do estado. Continue lendo

Especialistas internacionais em segurança nutricional afirmam ser promissor o trabalho brasileiro de biofortificação

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No último dia da V Reunião de Biofortificação no Brasil, especialistas ligados a instituições de pesquisa com biofortificação puderam avaliar e tecer comentários sobre os trabalhos com cultivares biofortificados, nas diferentes áreas de pesquisa como melhoramento, biofortificação agronômica, nutrição e produtos, transferência de tecnologia e avaliação de impacto. Wolfgang Pfeiffer (International Tropical Agriculture Center / HarvestPlus), Ross Welch (United States Department of Agriculture / Agricultural Research Service), Erick Boy (HarvestPlus), Yery Mendoza (Nestle Research Center), Jere Haas (Universidade de Cornell), Carolina Gonzalez (International Tropical Agriculture Center), Manfred Zeller (HarvestPlus), Delia Amaya (International Union of Food Science and Technology), Meike Andersson (International Tropical Agriculture Center / HarvestPlus), Eliab Simpungwe (HarvestPlus) e Parminder Virk (International Crops Research Institute for the Semi-Arid Tropics) apontaram para os resultados já conquistados, principalmente na criação de demanda das variedades biofortificadas e na ampliação da atividades, assim como de parcerias, na região Nordeste do pais. Dentre os aspectos a serem aprimorados, estão a estimulação cada vez mais da compra voluntária de sementes e da formação, ainda inédita, de políticas públicas e sociais relacionadas a biofortificação.

Yery Mendoza, pesquisador do Centro de Pesquisa da Nestlê, na Suíça, encara a biofortificação como uma das alternativas sustentáveis e saudáveis para suprir a demanda ocasionada pelo crescimento populacional. “Para os alimentos biofortificados atingirem uma produção em escala comercial é questão de tempo. A Nestlê, o setor privado em geral, irá desempenhar o papel de levar o alimento para a mesa das pessoas, criando canais seguros para a comercialização desses produtos”. Conclui o Dr. Mendoza.

A pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Marília Nutti, acredita que nos encontros com as equipes dos programas de biofortificação de outros países, é fundamental poder ouvir experiências de sucesso, como o caso de Ruanda, onde aproximadamente meio milhão de agricultores são responsáveis por produzir variedades de feijões ricos em ferro. Ela que também é líder do programa de biofortificação brasileiro (Rede BioFORT), afirma ser de extrema importância os resultados positivos alcançados com os estudos de eficácia. “O Dr. Erick Boy mostrou diversos exemplos de pesquisas comprovando os benefícios dessas variedades melhoradas tradicionalmente. A ingestão de batata-doce quase dobrou o nível de vitamina A no organismo de indivíduos em alguns países, sem falar na redução da prevalência e duração de diarreia em crianças com deficiência desse micronutriente, fato ocorrido em Moçambique.”

No dia 20 de outubro, alguns especialistas do evento formaram uma comissão estrangeira, que junto dos representantes da Rede BioFORT, se encontraram com o Prefeito de Magé, Nestor Vidal, no Rio de Janeiro, para um dia de campo no município, onde puderam observar uma unidade demonstrativa com variedades biofortificadas de batata-doce, milho, feijão e mandioca. Houve espaço para a troca de experiência com agricultores locais e explicações do trabalho realizado com a Secretaria de Agricultura, e das próximas ações que devem incluir a Secretaria de Educação, como a incorporação desses alimentos na merenda escolar.

Mais sobre a Rede BioFORT

A Rede BioFORT é responsável por englobar todos os projetos de biofortificação de alimentos no Brasil, sendo atualmente coordenada pela Embrapa. Dentre suas parcerias, está a principal, feita com a instituição de pesquisa HarvestPlus, uma aliança de instituições de pesquisa que atuam na América Latina, África e Ásia com recursos financeiros da Fundação Bill e Melinda Gates, Banco Mundial e agências internacionais de desenvolvimento. A Rede BioFORT conta ainda com projetos financiados pela Embrapa, CNPq, e diversas fundações estaduais de suporte a pesquisa. A partir da utilização da técnica de melhoramento genético convencional, é selecionado e aumentado o conteúdo de micronutrientes dos seguintes cultivares: arroz, feijão, batata-doce, mandioca, milho, feijão-caupi, abóbora e trigo. Novas culturas são geradas contendo maiores teores de pró-vitamina A, ferro e zinco, fortalecendo assim o combate à deficiência de micronutrientes no organismo humano, a popular fome oculta, que dentre as doenças provocadas, estão a anemia e a cegueira noturna. A Rede BioFORT não trabalha com alimentos transgênicos.

Mais informações sobre o HarvestPlus

O HarvestPlus conduz um esforço global para a melhoria da nutrição vitamínica e mineral, assim como da saúde pública, através do cultivo e da disseminação de culturas de alimentos da dieta básica ricos em vitaminas e minerais. Trabalhamos com diversos parceiros em mais de 40 países. O HarvestPlus faz parte do Programa de Pesquisa em Agricultura para a Nutrição e Saúde do CGIAR (A4NH). O CGIAR é uma parceria global de pesquisa em agricultura para um futuro alimentar seguro. As suas atividades científicas são realizadas pelos seus 15 centros de pesquisa, em colaboração com centenas de organizações parceiras. O programa HarvestPlus é coordenado por duas dessas organizações: o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT) e o Instituto Internacional de Pesquisa em Política Alimentar (IFPRI).