O que é Unidade de Segurança Produtiva?

É o conjunto de medidas necessárias a redução dos riscos de perda de produção e que possibilitem ao pequeno produtor rural produzir seu próprio alimento com garantia de colheita. Desenvolveu-se assim uma nova metodologia com base em pequenas áreas irrigadas por gotejamento ou outros sistemas com baixo consumo de água, para serem implantadas principalmente no Semiárido brasileiro, com aplicabilidade em qualquer situação em que o pequeno produtor não possua as condições mínimas para garantir êxito em seus sistemas produtivos.

Como é o cenário no Piauí envolvendo a Rede BioFORT?

Piauí é o estado com maior número de parcerias formadas, desenvolvendo ações em conjunto com Escolas Famílias Agrícolas (EFA’s), empresas de assistência técnica e prefeituras. Atualmente a Rede BioFORT está presente com os cultivares biofortificados nos seguintes municípios: Pedro II; Teresina; São Miguel do Tapuio; José de Freitas; São João da Varjota; Santo Inácio; Oeiras; Cajazeiras do Piauí; Paes Landim; Cristino Castro; São Francisco; Pimenteiras. Hoje esses alimentos já beneficiam cerca de 3.000 jovens.

O que são as EFA’s?

As Escolas Família Agrícolas são caracterizadas por utilizar o método da alternância. Os estudantes passam 15 dias em regime de internato na instituição de ensino agregando conhecimentos gerais e técnicos voltados para a realidade agrícola. Nos outros 15 dias do mês, eles retornam ás suas respectivas propriedades rurais, onde exercem na prática o conhecimento adquirido.

No estado do Rio de Janeiro, onde a Rede BioFORT vem se fazendo presente?

Atualmente as cidades de Itaguaí e Magé já recebem cultivares biofortificados, como por exemplo, a batata-doce e o feijão. Em Itaguaí, as ações estão concentradas na alimentação escolar a partir do apoio da prefeitura, que realiza o plantio e colheita das culturas para serem repassadas as escolas, algumas dessas instituições, inclusive, já são responsáveis por plantarem os próprios cultivares biofortificados, uma maneira de integrar os alunos na agricultura familiar. Em Magé, a prefeitura repassa as sementes e ramas para os agricultores familiares que assim realizam a multiplicação do produto.

Botânico premiado avalia os desafios da biofortificação no Brasil

Dr. Daniel Debouck_Foto por Raphael Marques da Silva
Daniel Debouck, um dos maiores especialistas em fisiologia vegetal, falou sobre os desafios da biofortificação no Brasil.

“Eu creio que o Brasil não terá problemas com relação a adoção de feijões biofortificados. O grande desafio estará na avaliação e nos aspectos de transferência da tecnologia, pois altos níveis de micronutrientes em, por exemplo, feijões pretos e cariocas estão presentes como características internas e não externas, tornando a avaliação por parte dos consumidores mais difícil.”

Afirma o renomado botânico belga, que em 2010 foi premiado com a medalha Frank N. Meyer, pelo seu trabalho na área de recursos genéticos ao coletar e conservar uma relevante diversidade de variedades vegetais. Dr. Debouck atua hoje como diretor da Unidade de Recursos Genéticos, do Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT). Continue lendo

Parceria entre Fórum do Futuro, Embrapa, FAO, Banco Mundial e outras instituições rende prêmio de apoio ao empreendedorismo sustentável

Prêmio Fórum do Futuro
No dia 16 de maio será lançado o prêmio “Novos Talentos para o Alimento Sustentável/Américas”, na sede do Banco Mundial, em Washington. A iniciativa é do Instituto Fórum do Futuro que, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, em inglês), o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Banco Mundial, FAPEMIG, FAPEG, Universidade Federal de Viçosa (UFV) e outras instituições, foi possível montar essa competição para distribuir aos jovens vencedores prêmios no valor de 55 mil reais, visando apoiar a formação de start ups a partir das ideias selecionadas.
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Embrapa lança programa de biofortificação no estado de Mato Grosso

Ness4a semana, durante os dias 19 e 20 de abril, o estado de Mato Grosso contou com o lançamento oficial do programa de biofortificação brasileiro coordenado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que, por meio de uma parceria com a Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), foi possível levar as atividades envolvendo transferência de tecnologia com variedades biofortificadas para o Mato Grosso. O presidente da Empaer, Layr Mota da Silva classificou a biofortificação como um tema especial e de prioridade para a extensão no estado.

“Todos têm a ganhar com isso, sejam produtores ou pesquisadores. A partir do novo modelo de gestão adotado pela empresa, tendo a ATER trabalhando junto com a pesquisa, nós queremos vencer os desafios e poder transferir da melhor forma possível essa tecnologia, que terá o nosso foco daqui em diante.” 

No dia 19/04, ho1uve a realização do Seminário sobre Produtos Biofortificados, onde pôde ser esclarecido assuntos que giram em torno da biofortificação, como melhoramento convencional, produtividade das culturas, insegurança nutricional, merenda escolar, alimentação infantil e outros. As palestras foram ministradas pelo pesquisador José Luiz Viana de Carvalho (Embrapa Agroindústria de Alimentos), pelo professor Roberto Martinez (Universidade do Estado de Mato Grosso/UNEMAT) e pela nutricionista Luana Tenório (Secretaria de Educação do Estado de Mato Grosso).

“A biofortificação é uma técnica de melhoramento genético convencional capaz de gerar cultivares mais nutritivos. No Brasil, a unificação dos projetos científicos com alimentos biofortificados, sob coordenadoria da Embrapa, atende pelo nome de Rede BioFORT, que além do incentivo federal, recebe suporte financeiro de programas internacionais como o HarvestPlus. O diferencial está na maior biodisponibilidade de nutrientes como ferro, zinco e provitamina A que essas cultivares possuem quando melhoradas, fortalecendo dessa forma nosso combate contra a deficiência nutricional, a popular fome oculta. O modus operandi brasileiro evidencia nossa escolha em não trabalhar com métodos de transgenia, aproveitando nossa biodiversidade.”

2 O dia seguinte (20/04) transcorreu com uma atividade de campo, onde alunos da UNEMAT visitaram o Campo Experimental da Empaer, em Tangará da Serra, para poderem conhecer melhor a temática de biofortificação e já se prepararem para futuros trabalhos acadêmicos dentro desse contexto. Os estudantes andaram pelas estações de cultivos biofortificados de feijão-caupi (BRS Xiquexique), milho (BRS 4104) e feijão (BRS Sublime e BRS Cometa).

A pesquisadora da Empaer, Marilene Alves foi a principal articuladora para a assinatura do convênio com a Embrapa, demonstrando com suas iniciativas uma grande expectativa com a biofortificação na agricultura familiar do estado.

“Há ainda a possibilidade de uma parceria com o governo do estado que é também muito promissora, visto que nossa intenção é trabalhar para que a biofortificação vire uma política pública no Mato Grosso.” 

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Logo depois da oficialização da parceria com a Embrapa, material biofortificado foi enviado para a preparação de unidades demonstrativas nas estações experimentais da Empaer e ainda foi possível direcionar uma pequena porção dessas variedades ao produtor rural, Adão Ramos de Souza, morador do município de Poconé, que se tornou o escolhido para poder montar uma primeira unidade de observação das culturas melhoradas.

“O que falta aqui na região é novidade e uma maior produção, os agricultores estão sem atrativos e o mercado acaba tendo que importar, por exemplo, feijão de outros estados. Eu e meus vizinhos aqui do assentamento não damos desculpas para não trabalhar, por isso a chegada dos biofortificados entusiasmou a todos nós e tem tudo para ser um sucesso.”

Mais sobre a Rede BioFORT

A Rede BioFORT é coordenada pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), congrega todos os projetos de biofortificação de alimentos no Brasil. Procurando dessa forma promover periodicamente o intercâmbio de conhecimento entre seus  líderes e colaboradores. O principal objetivo é garantir uma maior segurança alimentar através do aumento dos teores de ferro, zinco e vitamina A na dieta da população mais carente, combatendo assim a fome oculta. A essência está em enriquecer alimentos que já fazem parte da dieta da população para que esta possa ter acesso a produtos mais nutritivos e que não exijam mudanças de seus hábitos de consumo. O Brasil é o único no mundo a trabalhar com oito cultivos: batata-doce, abóbora, arroz, feijão, trigo, milho, mandioca e feijão-caupi. A Rede BioFORT não trabalha com alimentos transgênicos.

Mais sobre o HarvestPlus

O HarvestPlus age em escala global para melhorar a segurança nutricional, através do desenvolvimento e implantação de produtos alimentares básicos ricos em vitaminas e minerais. Trabalhando com diversos parceiros em mais de 40 países, o HarvestPlus é parte do Programa de Pesquisa em Agricultura (CGIAR) para a Nutrição e Saúde (A4NH). O CGIAR é uma parceria em pesquisa agrícola global com o objetivo de assegurar um futuro sustentável em alimentos. Sua ciência é realizada por seus 15 centros de pesquisa em colaboração com centenas de organizações parceiras. O programa HarvestPlus é coordenado por dois desses centros: o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT) e do Instituto Internacional de Pesquisa sobre Políticas Alimentares (IFPRI).

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Embrapa, FAO, CIAT e outras instituições discutem os próximos passos para a biofortificação na América Latina e Caribe


Mais DSC_0272-2de 70 representantes de instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Centro Internacional para Agricultura Tropical (CIAT), a Fundação Semilla Nueva, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o Instituto Internacional de Pesquisa sobre Políticas de Alimentação (IFPRI, em inglês), o Instituto de Ciências e Tecnologias Agrícolas (ICTA), dentre outras mais, se encontraram nos dias 3 e 4 de abril na cidade de San José, na Costa Rica, para a II Reunião Anual do Programa de Pesquisa HarvestPlus na América Latina e Caribe (LAC, em inglês). O objetivo foi compartilhar entre os responsáveis por atuarem na região, as experiências, problemas, soluções e resultados envolvendo as cultivares biofortificadas no decorrer do ano de 2015 e discutir as atividades e os planos para os próximos anos.
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