Como se dão as ações de comunicação da Rede BioFORT?

A equipe promove com frequência eventos como palestras, seminários e dias de campo para produtores rurais, empresários e pesquisadores. Os principais resultados e atividades do projeto são motivo de matérias na mídia (rádio, TV, jornais, revistas e internet) e isso tem contribuído para o estabelecimento de novas parcerias, na transferência de tecnologia e na conquista da empatia de formadores de opinião.

Como garantir que as características não se percam no momento da produção feita pelo pequeno agricultor?

O uso de material próprio de propagação, multiplicado pelo produtor a partir de sementes certificadas é permitido pela legislação. Entretanto, para que sejam mantidas as características originais, é preciso que sejam seguidas regras específicas para cada espécie, o que pode ser difícil no caso de pequenos agricultores, como isolamento geográfico ou época de produção. Dessa forma, mesmo que o produtor guarde parte de sua produção para uso no plantio na safra seguinte, recomenda-se que sejam adquiridas sementes e mudas certificadas periodicamente. O período para renovação desse estoque depende da espécie e das condições de cultivo nas áreas de produção. Para materiais de propagação vegetativa, como mandioca e batata-doce, a questão fitossanitária é a mais relevante e especial atenção deve ser dada para que a produtividade do material não seja perdida ao longo de sucessivas multiplicações sem renovação do material de propagação. No caso de milho, espécie de polinização aberta, a proximidade geográfica e temporal com outras cultivares irá propagar características genéticas de outras espécies à produção, inviabilizando seu uso como semente na safra seguinte.

Existe no momento cultivares lançados com níveis suficientemente altos para fazer a diferença?

Alguns cultivares, como a batata-doce, já atingiram seu potencial total de nível de pró-vitamina A, outros irão atingir nos próximos anos, como o feijão rico em ferro de Ruanda e Congo. Espera-se que todos os cultivares do projeto venham atingir 100% do incremento de minerais e vitaminas até 2018. Entretanto, todas as variedades disponíveis já conseguem provir benefícios nutritivos significativos. Lançar a primeira e a segunda geração de espécies em vez de esperar um alcance completo do potencial nutritivo, permite ganhar uma valiosa experiência para melhor entender as oportunidades e os desafios relacionados com a adoção desses novos cultivares pelos produtores e consumidores.

Quais são os benefícios nutritivos dos cultivares biofortificados quando atingidos todo o potencial de níveis nutricionais?

Cultivares biofortificados com esses níveis já atingidos de nutrientes como zinco, ferro e vitamina A devem conferir às gestantes e as crianças entre 4-6 anos de idade um adicional de 30-50% da média diária requerida, dependendo dos padrões do cultivar e do consumo.

Os produtores terão que sacrificar sua produtividade para produzir os cultivares biofortificados?

Os cultivares biofortificados vêm para serem alternativas aos cultivares convencionais com relação ao mercado de consumo. Além de possuírem altos índices de produtividade são também caracterizados como de fácil adaptação, possuindo bons resultados de colheita, com safras acimas da média mesmo enfrentado adversidades tais quais chuva, seca, doenças e etc…

Os produtores irão adotar esses novos cultivares ricos em micronutrientes?

Dois estudos, um publicado no British Journal Nutrition (2011) e o outro no Journal of Nutrition (2012), conferiram que nas áreas onde a biofortificação já chegou, 68% das famílias em Moçambique e 61% das famílias em Uganda adotaram a batata-doce biofortificadas. Além disso, a área de produção de batata-doce dedicada à batata-doce biofortificadas cresceu de 9% para 44% em Uganda.

Os consumidores irão aprovar os novos alimentos mesmo apresentando gosto e cor diferentes dos convencionais?

De acordo com as experiências envolvendo o consumo dessas novas variedades, os consumidores têm preferido os alimentos biofortificados, especialmente as crianças. Isso se explica, por apresentarem um gosto mais doce e mais macio. A coloração característica de cada um também vem se mostrando outro atrativo. Os estudos também apontam que, uma vez que os consumidores acabam por saber da quantidade rica de micronutrientes presentes nos biofortificados, eles tendem a ficar mais dispostos a consumir esses alimentos.

Qual o papel da Rede BioFORT no semiárido nordestino?

A Rede BioFORT tem procurado levar ao nordeste os cultivares que melhor se adaptam ao tipo de solo e a forte seca da região. Culturas como feijão-caupi, mandioca e batata-doce são os preferidos entre os consumidores e produtores. De acordo com as experiências conferidas no campo, plantios de culturas como a batata-doce vêm se mostrando altamente produtivos em virtude do grande diferencial inovador de transferir a tecnologia, pois utiliza-se o principio da Segurança Produtiva.