Texto retirado do Portal Macauba, publicado 01/06/2018
A evolução de plantas que se multiplicam por sementes, ocorrida entre 50 a 200 milhões de anos atrás, teve como consequência o desenvolvimento de inúmeros pigmentos fitoquímicos (antioxidantes/polifenois) como mecanismo de defesa dos vegetais
Há 10.000 anos desde os primórdios da agricultura os egípcios às margens do Rio Nilo cultivavam trigo, cevada, sorgo, favas, lentilhas, grão-de bico e alho-porro integravam o elenco de legumes, ao passo que as frutas mais comuns eram melão, melancia, romã, figo, uva, azeitona, amêndoa, alfarroba e tâmara. Intuitivamente os egípcios se alimentavam corretamente, fornecendo ao organismo uma grande variedade de vitaminas e nutrientes. Atualmente devido ao avanço da ciência, a agricultura é capaz de inserir nas redes de distribuição de alimentos, vegetais e frutas para atender as necessidades diárias de alimentos contendo fitonutrientes. Apesar disso, a ingestão de 60% de alimentos industrializados, aliados ao consumo de refrigerantes com alto teor de açúcar e aliado ao sedentarismo atinge números assustadores de 34% de obesos nos Estados Unidos da América e 24% no Reino Unido.No Brasil devido à mudança de hábitos alimentares, em especial nas grandes cidades, após a década de 80, pessoas que consomem até 28% de calorias procedente de alimentos processados resultando em 14% dos adultos dessas cidades em 2009 estavam obesas e com problemas de saúde, notadamente diabete.
Em alguns países, onde a oferta de produtos ultra-processados indica níveis de saturação e/ ou rejeição, as empresas estão ajustando a estratégia de ofertas. Por exemplo, anunciam menos sal, gorduras trans e adicionando micronutrientes sintético em alimentos e, em água industrializadas, nutrientes específicos para permitir ao fabricante a anunciar esses produtos como “saudáveis”, o que poderá resultar em maiores índices de obesidade, diabetes e doenças crônicas para esses consumidores menos esclarecidos.
Entretanto, um projeto mundial de biofortificação “HarvestPlus”, do qual o Brasil participa há mais de uma década, visa o desenvolvimento de variedades de plantas utilizadas como alimento básico (abóbora, arroz, batata-doce, feijão, feijão-caupi, mandioca, milho e trigo) ricos em nutrientes com maiores teores de ferro, zinco e vitamina A, usando como ferramenta básica os conhecimentos contemporâneos genéticos do melhoramento de plantas que conta com a colaboração de inúmeras instituições de pesquisa e extensão para disseminar esses excelentes resultados alcançados visando contribuir para melhorar nutrição e saúde da população. Recentemente o segundo maior jornal do mundo, de língua inglesa no Reino Unido – The Guardian edição de 18 de julho de 2013 publicou o artigo “Brazil develops ‘superfoods’ to combat hidden hunger” relatando o sucesso do Brasil neste importante projeto de alimentação natural do povo brasileiro.