Estudo revela que alimentos biofortificados são tão aceitos quanto convencionais na merenda escolar de Itaguaí-RJ

estudo sensorial biofort ajustada

Uma avaliação de aceitação com variedades biofortificadas e convencionais inseridas na alimentação escolar do município de Itaguaí, no Rio de Janeiro, foi realizada através de um questionário preenchido após a merenda, onde os alunos expressavam o grau de satisfação ou insatisfação da refeição oferecida. Os resultados revelaram que não houve diferença significativa entre a cultura biofortificada e a convencional para nenhum dos produtos estudados.

O estudo teve como objetivos: caracterizar a população estudada; avaliar a aceitação dos alimentos biofortificados inseridos na merenda escolar (aipim, batata doce, feijão e milho) e comparar com os produtos convencionais; avaliar a aceitação das refeições na qual os alimentos (biofortificado e convencional) estiveram inseridos; investigar o padrão de consumo de alimentos em geral pela população alvo; avaliar o índice de aceitabilidade das distintas culturas convencionais e biofortificadas e caracterizar quimicamente os alimentos avaliados.

Responderam o questionário 327 alunos com idades entre 4 e 12 anos, regularmente matriculados no Ensino Fundamental atendidos em horário integral de três escolas municipais, são elas: E.M. Santa Rosa, E.M. Pedro Antônio Aguiar e E.M. Renato Gonçalves Martins.  Constatou-se que a população do estudo foi predominantemente das classes D-E, residentes em zona rural, sendo a dieta habitual marcada pela presença de alimentos básicos como o arroz, feijão, leite, pão, frutas, verduras e legumes. Sendo assim, foram utilizadas na pesquisa em questão, cultivares biofortificadas de mandioca, batata-doce, milho e feijão.

O feijão e o bolo de milho (biofortificado e convencional) alcançaram o índice de aceitabilidade adequado segundo as recomendações do Fundo Nacional de Desenvolvimento Escolar para serem introduzidos na merenda escolar. Ressalta-se que o Índice de Aceitabilidade do bolo de milho biofortificado foi superior ao convencional.

A pesquisa sensorial foi utilizada como dissertação de mestrado intitulada “Aceitação de Produtos Agrícolas Biofortificados na Merenda Escolar do Município de Itaguaí- RJ”, tendo sido defendida pela estudante de mestrado e bolsista da Rede BioFORT, Carolina Claudio de Oliveira Silva,  ao Programa de Pós-Graduação em Ciência de Alimentos da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Segundo a mestranda, o resultado do estudo sugere que a biofortificação constitui uma alternativa viável para este município e, além disso, trará benefícios para a escola, para os alunos e para as famílias, contribuindo com a melhoria na qualidade nutricional das crianças.

Trabalhando na Rede BioFORT desde 2010, Carolina Claudio é hoje responsável pelas avaliações de aceitabilidade e experimentos em produtos biofortificados no município de Itaguaí-RJ, conta que a ideia da pesquisa de mestrado foi uma iniciativa da pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Marília Nutti, que também é a líder da Rede BioFORT e coordenadora de projetos de biofortificação na América Latina e Caribe. A dissertação contou com a orientação da pesquisadora Rosires Deliza (Embrapa Agroindústria de Alimentos).