Simpósios da IV Reunião de Biofortificação traçam desenvolvimento do BioFORT

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Durante a IV Reunião de Biofortificação no Brasil, em Teresina, Piauí foram realizados no dia 14 de julho três simpósios simultâneos, afim de agrupar pesquisas em áreas similares no que envolve o contexto de biofortificação e traçar metas que melhor desenvolva o projeto BioFORT.

O simpósio 1 contou com apresentações acerca de meios alternativos, além da biofortificação, para enriquecer cultivares. Foram expostos estudos sobre a implementação de fertilizantes ricos em ferro, zinco, selênio e iodo, além da aplicação foliar destes minérios por borrifação. O uso de suplementos de zinco em sachês a serem adicionados em refeições da população alvo (Unicef-IZA) também foi sugerido como uma opção viável.

Ao término do simpósio, definiu-se que os principais métodos discutidos serão testados, afim de complementar os estudos de biofortificação no arroz, trigo e feijão-caupi. Para isto, será submetida uma proposta de projeto para que estes trabalhos participem da rede BioFORT.

Já no simpósio 2, levantou-se os estudos de retenção e biodisponibilidade para produtos biofortificados. Na primeira parte, os trabalhos sobre retenção de carotenóide foram expostos sobre o milho, mandioca e batata doce, e os de retenção de minerais, no feijão-caupi, feijão preto, arroz, milho e seus derivados. Ao final foram realizas discussões que enfatizaram a importância da embalagem para prevenir a perda de carotenóides, do impacto dos hábitos alimentares e o modo de preparo para melhor garantir a quantidade final de micronutrientes disponíveis para consumo.

Na segunda parte foram apresentados os estudos de biodisponibilidade in vivo (ensaios laboratoriais através de animais) e in vitro (ensaios laboratoriais com utilização de membranas e células que simulam a absorção dos micro nutrientes) para estimar o quanto do micronutriente será realmente absorvido pelo nosso organismo. Promissores resultados quanto a biodisponibilidade de ferro no feijão BRS Pontal, foram apresentados pela Profa. Hercia Stampini, da Universidade Federal de Viçosa, apontando que a biodisponibilidade de ferro é a mesma da ingestão de sulfato ferroso, utilizado para o combate à anemia do feto durante a gestação, sendo portanto considerada uma boa fonte de ferro disponível.

As discussões ao final indicaram que os estudos de biodisponibilidade com animais e em laboratórios podem ser um bom indicativo para a escolha dos cultivares a serem utilizados nos estudos com humanos, visto que estes requerem um maior investimento e planejamento.

O simpósio três foi repleto de apresentações sobre avaliações de impactos e transferência de tecnologia, o qual, na primeira parte, as experiências e metodologia de avaliações de impactos em Moçambique, Uganda e Zâmbia, realizadas pelo HarvestPlus, foram trocadas com a da região Nordeste, realizadas pelo CIAT e pela Embrapa. Ao final foi estabelecido um compromisso de elaboração de uma proposta de projeto a ser submetida para a criação de uma rede para avaliação de impacto.

Os estudos de transferência de tecnologia foram apresentados na segunda parte, a qual se expôs produtores rurais do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Sergipe que aderiram as cultivares biofortificadas e as experiências de transferências do HarvestPlus. Ao final das apresentações, também foi estabelecido um compromisso de elaboração de uma proposta a fim de que os setores de Transferência de Tecnologia e Comunicação tenham um projeto exclusivo para atuarem, com foco no Nordeste.

Texto: Caio Fidry

Outras informações:
Pesquisadora Marília Nutti ( marilia@ctaa.embrapa.br )
Embrapa Agroindústria de Alimentos
21 3622 9755

Jornalista Soraya Pereira (MTB 26165/SP)
Embrapa Agroindústria de Alimentos
21 3622 9739 ou 9881 0535
soraya@ctaa.embrapa.br