Alimentos biofortificados na merenda escolar

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Crianças em idade escolar do município mineiro de Capim Branco, município com menos de 10 mil habitantes localizado na região central do Estado, a 56 quilômetros de Belo Horizonte, poderão receber alimentos biofortificados na merenda escolar. Uma parceria deverá ser estruturada nos próximos meses entre Embrapa Milho e Sorgo, com sede em Sete Lagoas, Minas Gerais, Emater-MG e Prefeitura Municipal de Capim Branco, com o objetivo de incentivar a multiplicação de sementes biofortificadas de milho, feijão, arroz, mandioca, abóbora e batata-doce.

Estes alimentos, que possuem altas concentrações de ferro, zinco, vitamina A e outros minerais, poderão beneficiar cerca de mil alunos que, muitas vezes, têm na merenda escolar a única fonte de alimentação, conforme relata a secretária municipal de Educação de Capim Branco, Karine da Silva Andrade. “Nosso objetivo é fazer com que a prefeitura adquira estes produtos diretamente de agricultores familiares para oferecermos na merenda. No total, cinco escolas atendem a cerca de mil alunos que poderão ser beneficiados”, explica.

A meta da secretária tem amparo legal no Programa Nacional de Alimentação Escolar e na Lei Federal nº 11.947, de julho de 2008, que prevê que 30% dos produtos utilizados na merenda devem ser procedentes da agricultura familiar. Daí a importância e o potencial de utilização de alimentos biofortificados neste contexto. É também meta da Emater-MG investir na aquisição de produtos de agricultores familiares produzidos de forma orgânica. A empresa de assistência técnica e extensão rural realiza o acompanhamento do cultivo das lavouras.
Capim Branco é hoje reconhecida como a capital mineira da agricultura orgânica, segundo o técnico Adenilson de Freitas, da Emater-MG. “Queremos estimular esta produção, apresentando a estes agricultores o diferencial de se cultivar também alimentos biofortificados”, descreve. O chefe-adjunto de Comunicação e Negócios da Embrapa Milho e Sorgo, Jason de Oliveira Duarte, vê com bons olhos esta parceria. “É uma forma de oferecer mais renda aos agricultores familiares, já que terão garantia de compra durante o período letivo”, conclui.

As metas agora, segundo José Heitor Vasconcellos, analista responsável pela transferência de tecnologias na Unidade da Embrapa, são estruturar um contrato de parceria e iniciar a multiplicação das sementes biofortificadas. “Devemos estimular a realização de treinamentos em eventos específicos, durante a Semana de Integração Tecnológica (de 16 a 20 de maio), oferecendo capacitação a esses agricultores e estruturando vitrines demonstrativas para que a tecnologia seja reconhecida, combatendo a desnutrição”, explica.

O COMBATE À ANEMIA

O projeto de biofortificação de alimentos – BioFORT – trabalha o melhoramento genético convencional de alimentos básicos como arroz, feijão, milho, mandioca, feijão-caupi, batata-doce, abóbora e trigo. O objetivo é obter alimentos com maior teor de ferro, zinco e pró-vitamina A para combater a anemia e a deficiência desta vitamina que podem ocasionar baixa resistência do organismo e problemas de visão.

Em seis anos, pesquisadores de 11 Unidades da Embrapa já conseguiram mandiocas e batatas-doces com altos teores de betacaroteno (pró-vitamina A) e arroz, feijão e feijão-caupi com maiores teores de ferro e zinco. Aos poucos, essas variedades estão chegando aos roçados das comunidades rurais e escolas de Sergipe, Maranhão e Minas Gerais. Produtos derivados e embalagens que conservam os nutrientes também estão sendo desenvolvidos.

Jornalista da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG)
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