Embrapa lança primeira cultivar de milho biofortificado

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Dez anos de pesquisas e um trabalho iniciado na Etiópia, um dos países africanos com mais problemas de desnutrição, culminaram no lançamento, nesta segunda-feira, 20, da cultivar de milho BRS 4104 , com quantidade de pró-vitamina A (carotenoides) cerca de quatro vezes superior à encontrada em cultivares comuns do cereal. O milho biofortificado foi lançado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) durante dois eventos simultâneos: a Reunião da Rede Brasileira de Biofortificação e a abertura da 6ª SIT (Semana de Integração Tecnológica), evento que acontece até a próxima sexta-feira, 24, na Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG).

Segundo o pesquisador responsável pelo desenvolvimento da cultivar, o melhorista Paulo Evaristo de Oliveira Guimarães, uma das grandes dificuldades encontradas durante o processo de melhoramento foi a identificação dos carotenoides precursores da pró-vitamina A. “Ao contrário de outras culturas, como a batata-doce, é mais difícil identificar esses carotenoides no milho. Portanto, a cor amarelada intensa dos grãos não a distingue de outras cultivares simplesmente por possuir mais quantidade de pró-vitamina A”, explica o pesquisador.

Paulo Evaristo revelou bons dados de produtividade da cultivar: pouco mais de 5.600 kg/ha nas últimas duas safras, mesma média das variedades já lançadas pela Embrapa. Por ser uma variedade, a cultivar tem menor potencial produtivo que os híbridos. Mas, por outro lado, suas sementes podem ser plantadas novamente nas safras seguintes. “De 2006 até hoje, identificamos seis linhagens com maiores teores de pró-vitamina A e chegamos ao BRS 4104. A variedade vem sendo melhorada continuamente”, conta Evaristo.

O pesquisador ainda citou cuidados necessários nos processos de pós-colheita: “há necessidade de orientação durante as etapas de secagem, processamento e armazenagem. Se mal conduzidas, podem reduzir a quantidade de pró-vitamina A”, aponta. Os focos da nova cultivar são comunidades carentes e para uso em programas sociais e de merenda escolar, como o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar). O trabalho de transferência de tecnologia vem sendo feito pela Embrapa por meio da multiplicação de sementes biofortificadas pelas comunidades parceiras, trabalho conduzido em Minas Gerais em parceria com a Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais).

 Degustação

Durante o lançamento, produtos feitos a partir do fubá da nova cultivar foram degustados pelo público, como broa de milho, bolo e biscoito. De acordo com a pesquisadora Marília Nutti, líder da Rede BioFORT , a BRS 4104 , assim como os produtos biofortificados, podem melhorar a dieta das crianças e a renda dos produtores. O lançamento da cultivar biofortificada contou com a presença do pesquisador Kevin Pixley, diretor do programa de melhoramento de milho do Cimmyt (International Maize and Wheat Improvement Center), do ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli e do diretor-executivo de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Waldir Stumpf Junior, e é resultado das ações do projeto BioFORT, nome que vem de biofortificação de alimentos, que trabalha o melhoramento genético convencional de culturas agrícolas que compõem a dieta básica da população brasileira e de outros países onde problemas nutricionais ainda são prevalentes.

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Importância

A pró-vitamina A se transforma em vitamina A a partir de reações químicas no organismo. Entre suas funções estão a manutenção de uma boa visão, uma pele saudável e um bom funcionamento do sistema imunológico. A falta dela no organismo humano resulta na hipovitaminose A, considerado um dos principais problemas de nutrição no mundo. Essa deficiência está associada à perda de visão em crianças. A cientista de alimentos Maria Cristina Dias Paes, da Embrapa Milho e Sorgo, explica que o milho biofortificado apresenta concentração de carotenoides percursores da vitamina A na faixa de 6 a 8 microgramas por grama de grãos. O milho comum apresenta entre 2,5 e 4 microgramas.

Mais informações: Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO) da Embrapa
Milho e Sorgo, Unidade da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária), vinculada ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento): (31) 3027-1905 ou cnpms.nco.geral@embrapa.br .

Texto: Guilherme Viana (MTb / MG 06566 JP)
Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG)
www.cnpms.embrapa.br
NCO (Núcleo de Comunicação Organizacional)
Tel.: (31) 3027-1905

Fotos: Marina Torres

II Reunião do Comitê Gestor de Projetos de Biofortificação no Brasil começa hoje em Sete Lagoas

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Durante a semana de 20 a 24 de maio os projetos de biofortificação membros da Rede BioFORT se reunirão no hotel JN Resort, em Sete Lagoas, Minas Gerais com o objetivo de sincronizar atividades complementares. Denonimada como a II Reunião do Comitê Gestor de Projetos em Biofortificação no Brasil – a primeira foi em Brasília em dezembro de 2012 (foto acima) – o evento reunirá 40 membros da rede para apresentar os avanços de pesquisas dos 10 projetos integrantes ao BioFORT, discutir soluções e entraves e definirá ações futuras.

Entre as atividades na programação do evento, destacam-se a visita a Embrapa Milho e Sorgo em dois eventos simultâneos: O lançamento da cultivar de milho biofortificado BRS 4104 e a VI SIT (Semana de Integração Tecnológica), o lançamento do filme BioFORT em Sergipe e a definição da V Reunião de Biofortificação no Brasil, prevista para 2014.

Os principais pontos da reunião serão publicados ao vivo em posts de facebook (www.facebook.com/RedeBioFORT) e tweets (www.twitter.com/projetobiofort)

Mais informações:

Lançamento da cultivar de milho BRS4104 e VI SIT: www.cnpms.embrapa.br

Biofortificação: www.biofort.com.br

Pesquisador mostra os avanços do Projeto BioFORT

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Os avanços do Projeto de Biofortificação de Alimentos – Projeto BioFORT, foram mostrados nesta quarta-feira 23, à tarde, pelo pesquisador Maurisrael Rocha, da Embrapa Meio-Norte, no III Congresso Nacional de Feijão-Caupi, no auditório do Mar Hotel, em Recife.

O pesquisador fez uma prestação de contas. Ele disse que até agora já foram desenvolvidas e lançadas pela Rede de Biofortificação no Brasil, três cultivares de feijão-caupi; três cultivares de feijão comum, todas  com altos teores de ferro e zinco;  três cultivares de mandioca de mesa; e uma cultivar de batata-doce, todas com excelentes  teores de pró-vitamina A.

Ele anunciou para o mês de maio deste ano, em Sete Lagoas, em Minas Gerais, o lançamento de uma cultivar de  milho com altos teores de betacaroteno. O lançamento deve ser feito em um dia de campo, durante a reunião anual dos responsáveis por planos de ação e de atividades no Projeto BioFORT .

A Rede de Biofortificação no Brasil, disse Maurisrael Rocha, está trabalhando o desenvolvimento de mais cultivares de mandioca, batata-doce, abóbora, milho, arroz, feijão-caupi e feijão comum e trigo com altos teores de nutrientes. O trabalho é feito em rede, através do melhoramento convencional de plantas da mesma espécie.

Essas plantas são selecionadas e cruzadas, até que sejam obtidas variedades com maiores teores de ferro, zinco e pró-vitamina A. O pesquisador falou também do trabalho dele de análise e avaliação agronômica de genótipos, que resultou na descoberta de altos  teores de ferro e zinco, nas cultivares BRS XiqueXique, BRS Aracê e BRS Tumucumaque. Estas três cultivares integram a lista de produtos biofortificados.

O Projeto BioFORT, cujo objetivo é reduzir a desnutrição e melhorar a saúde das pessoas, é liderado pela pesquisadora Marília Nutti, da Embrapa Agroindústria de Alimentos, com sede no Rio de janeiro. O trabalho é financiado pelo Fundo de Pesquisa Embrapa-Monsanto e a Fundação Bill e Melinda Gates.

Onze estados brasileiros estão integrados ao projeto, através de unidades da Embrapa, Universidades, Prefeituras e organizações não-governamentais. Pelo menos 150 profissionais entre pesquisadores, técnicos e professores estão participando das ações.

Mais informações: Fernando Sinimbu (654 MTb/PI)
(86) 3089-9118fernando.sinimbu@embrapa.br

Projeto BioFORT será destaque no III CONAC

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O Projeto de Biofortificação de Alimentos – Projeto BioFORT que a Embrapa coordena em 11 estados, envolvendo cerca de 150 profissionais, será um dos destaques do III Congresso Nacional de Feijão-Caupi – CONAC. O evento vai ser desenvolvido de 22 a 24 deste mês, no auditório do Mar Hotel, em Recife, reunindo pesquisadores brasileiros e internacionais.

Três palestras estão previstas para a mesa redonda Biofortificação e Processamento do Feijão-Caupi, na tarde da quarta-feira 24, a partir das 14 horas. A primeira será da pesquisadora Marília Nutti, da Embrapa Agroindústria de Alimentos, e líder da Rede BioFORT no Brasil. O tema é: O Programa de Biofortificação no Brasil e seus Avanços na Pesquisa.

Em seguida, o pesquisador Maurisrael Rocha, da Embrapa Meio-Norte, falará sobre a Biofortificação do Feijão-Caupi. A terceira palestra será feita pela professora Eliza Dorotea Pozzobon, da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Ela abordará o tema o Processamento do Feijão-Caupi. O pesquisador Alcido Wander, da Embrapa Arroz e Feijão, é o moderador da mesa redonda.

O encontro é uma realização do Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA. O presidente do evento é o pesquisador Antônio Felix Costa. Mais informações com a organização do evento, nos telefones (81) 3184-7200, (81) 3184-7366 e 3184-7276 ou ainda pelo e-mail contato@conac2012.org

Mais informações: Fernando Sinimbu (654 MTb/PI)
(86) 3089-9118 – fernando.sinimbu@embrapa.br

Biofortificação é tema na 11° New Ag International – Conferência e Exibição

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Sediada pela 1ª vez na América Latina, a 11ª Conferência Internacional e Exibição da New AG International foi palco de discussões de novas tecnologias e aplicações nos setores de irrigação, fertilização, maquinários e nutrição, reunindo profissionais do setor de agronegócio de 45 países no Rio de Janeiro entre os dias 13 e 15 de março.

A conferência foi organizada pela revista New Ag International e International Fertilizer Industry Association (IFA), patrocinada por Agrium Advanced Technologies, Koch Agronomic Services, Everris e Haifa Group e apoiada pela Abisolo. A revista francesa tem publicação trimestral e foca na agricultura desde 2011, com leitores em mais de 150 países, enquanto a IFA atua na indústria de fertilizantes desde 1927 com 540 associados em 85 países.

Líder do projeto BioFORT, a pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos Marília Nutti, foi convidada a falar sobre a biofortificação, proferindo a segunda palestra do evento, “Deficiências Globais de Micronutrientes e Programas de Biofortificação, com destaque para a América Latina e Caribe”, na quinta feira, dia 14, logo após uma apresentação sobre o papel da Embrapa na pesquisa e desenvolvimento de alta tecnologia para a agricultura, conduzida pela chefe geral da Embrapa Solos, Maria de Lourdes, representando o presidente da Embrapa, Maurício Lopes.

Em sua palestra, Marília apresentou as experiências em biofortificação e os planos para o futuro na América Latina e Caribe. Nas experiências, a pesquisadora destacou as parcerias dos sete projetos em biofortificação participantes da rede BioFORT, ressaltando os recentes esforços para incluir alimentos biofortificados na alimentação escolar no Brasil. Nos planos para o futuro, Marília apontou os focos da terceira fase do HarvestPlus, que prevê atividades entre 2014 e 2018 com maiores investimentos na América Latina e Caribe.

O evento também contou com a presença do coordenador mundial da rede HaverstZinc, Ismail Cakmak (Universidade de Sabanci – Turquia); Andrew Green, diretor geral da Iniciativa Nutriente Zinco da International Zinc Assosiation (EUA) e o diretor do programa brasileiro da mesma iniciativa, João Moraes.

No evento houve cerca de 50 estandes de exposições de empresas do setor agropecuário. Outras informações acerca da conferência e da biofortificação podem ser encontradas nos sites:www.newaginternational.com www.biofort.com.br e www.harvestplus.org.[/vc_column_text][vc_gallery type=”image_grid” interval=”3″ images=”1392,1391″ onclick=”link_no” custom_links_target=”_self” img_size=”full”][vc_column_text]Texto: Tarcila Viana
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Mais informações:

Marília Nutti
marilia.nutti@embrapa.br
(21) 3622-9755

Jornalista João Eugênio (MTb 19276 RJ)
(21) 3622-9755
joaoeugenio.diaz@embrapa.br[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

BioFORT participa de Mostra de Agricultores em Sergipe

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A rede BioFORT, graças à parceria com a Cooperativa de Produção da Agricultura Familiar e Economia Solidária de Moita Bonita (Cooperafes), esteve presente na 1ª Mostra e Encontro de Agricultores Familiares e Gestores da Educação do Estado de Sergipe, realizada dia 31 de janeiro na cidade de Moita Bonita, Sergipe.

Estiveram presentes cerca de 150 participantes entre gestores públicos municipais, operadores da política de segurança alimentar e nutricional do Estado e agricultores já engajados no programa de fornecimento de alimentos para merenda escolar de diversos municípios de Sergipe.

O BioFORT marcou presença por meio da disponibilização de folders, exposição de pôsteres e recepção do público no stand. A analista da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Geovania Manos, compôs a mesa de abertura e pôde trazer à Mostra maiores informações sobre a biofortificação de alimentos. Atualmente escolas municipais de seis estados do país adquirem produtos biofortificados em suas merendas escolares.

“Tivemos a oportunidade de falar sobre os esforços da Rede BioFORT e nosso empenho para que os agricultores possam plantar os produtos biofortificados e fornecê-los às escolas, integrando a Rede à essa política pública (aquisição de alimentos da agricultura familiar) que é referência mundial de incentivo à produção da agricultura familiar local” – conta Geovania.

No decorrer do evento reforçaram-se as parcerias do BioFORT com a Cooperafes e o Departamento de Alimentação Escolar da Secretaria do Estado da Educação de Sergipe com o intuito de iniciar as pesquisas de mercado consumidor da batata-doce biofortificada Beauregard. O estudo abrangerá o mercado tradicional e o institucional (PNAE e PAA – Programa de Aquisição de Alimentos).

Foram disponibilizadas no evento 20 amostras de farinha granulada da batata-doce Beauregard, desenvolvidas por meio de uma pesquisa-ação coordenada pela pesquisadora Maria Urbana (Embrapa Tabuleiros Costeiros) em parceria com agricultores. A farinha oportuniza novas formas de aproveitamento da raiz, que é o principal produto da agricultura familiar naquele município. Todas as pessoas que tiveram acesso à amostra foram cadastradas seguindo o protocolo da rede BioFORT.

Texto: Tarcila Viana

Programa Produtores do Futuro dá os primeiros frutos em Oeiras

Programa Produtores do Futuro, uma cooperação entre Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc), Banco do Nordeste e Embrapa, dá seus primeiros frutos em Oeiras. Os alunos começam a aplicar a transferência de tecnologia dos alimentos biofortificados em suas propriedades.

A Escola Família Agrícola, em Oeiras, é uma das escolas que implantaram o projeto e veem alunos como o Flávio Costa aplicar na prática os conhecimentos aprendidos. “O sistema de irrigação foi conseguido através do projeto. Coloquei a fita suspensa de forma a melhorar a irrigação e evitar danos mecânicos durante os tratos culturais”, relata o aluno-agricultor.

Segundo o secretário da Educação, Átila Lira “é um compromisso do governador Wilson Martins fortalecer todas as medidas pela educação do campo, através do desenvolvimento da educação profissional. Além deste projeto, a construção de mais sete escolas agrotécnicas, parcerias o Colégio Agrícola da Universidade Federal do Piauí, implantação de cursos à distância para o setor e formação específica de professores reafirma o nosso compromisso com a melhoria da educação profissional do campo do Piauí”.

O Projeto Produtores do Futuro tem por finalidade implantar unidades de transferência de tecnologia-UTTs nas escolas agrotécnicas e família agrícola, proporcionando alternativas para a inserção dos alunos no mundo do trabalho e geração de oportunidades de melhoria de qualidade de vida através do trabalho com a biofortificação de alimentos.

Fonte: Portal Integração